Plataforma permite recolher assinaturas para iniciativas
Há um ano a plataforma wecollect.ch (já anunciado na swissinfo.ch) permite recolher na internet assinaturas para as iniciativas e referendos, instrumentos básicos da democracia direta na Suíça. Satisfeitos com os bons resultados, seu iniciador não se incomoda com a falta de interesse das autoridades.
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Depois de iniciar a carreira na imprensa regional (jornal e rádio) na Suíça francófona, entrei para a Rádio Suíça Internacional (RSI) em 2000, que depois veio se tornar a plataforma online swissinfo.ch. Desde então, escrevo - e às vezes rodo até vídeos - sobre todos os tipos de assuntos: de política à economia, cultura e ciência.
“Já com 100 mil assinaturas estaria muito feliz, mas 140 mil é um resultado fantástico mesmo metade dessas assinaturas (mais de 59 mil) foi para apoiar a iniciativa da licença-paternidade”, declara Daniel Graf, co-fundador e atual administrador do site wecollect.chLink externo.
Para a licença-paternidade, pela enfermagem forte, contra as vendas de armas para o exterior, pela transparência do financiamento de partidos: o Wecollect tem como filosofia apoiar projetos que considera como “progressistas” (esquerda liberal). Não há risco de vê-la recolhendo assinaturas para iniciativas apoiadas pelo Partido do Povo Suíço (SVP, na sigla em alemão, a direita nacionalista).
“Mas eles nos copiaram, indo até a utilizar as mesmas frases na campanha pelo pedido de um referendo contra a Estratégia Energética 2050 (aprovada nas urnas em 21 maio)”, ressalta Daniel Graf. “Imagino que esses setores irão criar em breve uma plataforma similar ao Wecollect.”
Entre 10 e 15 anos para uma assembleia popular online
O ativista zuriquense está convencido: a Suíça passará em 10 a 15 anos de uma “democracia de caixa postal” para a coleta de assinaturas através de smartphones. “O fato é que temos cada vez menos caixas postais no país”, diz. Nesse sentido, ele considera um “escândalo” o fato do Conselho Federal (governo federal) ter decidido há pouco adiantar o projeto de voto eletrônico, mas interromper o de “e-collecting”, a coleta eletrônica de assinaturas.
“A democracia é um jogo de confiança”, lembra Graf, para completar. “E a democracia suíça beneficia-se de uma taxa elevada de confiança. Isso inclui também o fato de aceitar que nem tudo pode ser completamente seguro. Além disso, é preciso esquecer que, no caso da coleta de assinaturas, a validade delas é logo verificada. Assim temos uma segurança dupla.”
Para Daniel Graf, a questão não se resume à tecnologia: “O Wecollect quer tornar o exercício da democracia mais simples (e menos custoso). E como ele mesmo diz: “Estamos ainda no início da história.”
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