Quase 60% dos eleitores se pronunciaram a favor da proposta do governo no domingo, de acordo com as autoridades.
No período que antecedeu o escrutínio, apoiadores, principalmente da direita, alegaram que a menção da nacionalidade contribuiria para uma maior transparência.
Entretanto, as exigências do Partido Popular Suíço (SVP, direita populista) de incluir uma menção de um possível histórico de imigração dos suspeitos foram rejeitadas pelos eleitores. Apenas 52% aprovaram a proposta, ficando aquém de uma maioria suficiente.
A iniciativa foi motivada por uma decisão da prefeitura de Zurique, de quatro anos atrás, de parar a publicação automática das nacionalidades dos suspeitos nos boletins de ocorrência, argumentando que a prática era discriminatória e enganosa.
Com a decisão do domingo, Zurique passa a ser o terceiro dos 26 cantões suíços a introduzir uma lei especial sobre o assunto na última década.
A maioria dos cantões segue recomendações não vinculativas dos comandantes de polícia do país aprovadas em 2010 para mencionar a nacionalidade do suspeito e da vítima como regra, além de suas respectivas idades. As exceções são permitidas por razões de privacidade. Informações sobre um possível histórico imigratório só devem ser divulgadas mediante solicitação.
Nos últimos 25 anos, tem havido um número crescente de apelos dos partidos de direita para a divulgação da nacionalidade dos suspeitos.
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