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Mídia suíça ameaçada de uniformidade

Frau schaut auf leuchtenden Computer-Bildschirm mit Facebook
Gigantes da Internet, como o Facebook e especialmente o Google, agora conquistam a maior parte da receita do mercado publicitário suíço 2007 Getty Images

O cenário da mídia suíça permanece de alta qualidade, mas a concentração é "preocupante". As receitas de publicidade online estão caindo em favor do Google, Facebook e outros, enquanto as redações veem seus talentos partir. Essa evolução não prediz nada de bom para a democracia, de acordo com uma pesquisa anual.

Ser um país pequeno com muitas línguas e particularidades regionais é uma oportunidade. Mas para a imprensa, isso impõe desafios. É o que mostra a última edição do “Anuário da Qualidade da Mídia”, publicado anualmente pelo Instituto de Pesquisa para a Esfera Pública e a Sociedade (fög) da Universidade de Zurique.

Os dados de 2018 mostram que gigantes da tecnologia global, como Google e Facebook, dominam o mercado de publicidade online. Como resultado, uma concentração midiática com um punhado de atores compartilhando o mercado suíço.

Google drena dois terços da receita de publicidade

No passado, os jornais obtinham uma parte substancial de sua receita com propagandas espalhadas em suas páginas. Mas nos últimos dez anos, este maná quase caiu pela metade. Hoje, a maioria dos anúncios é publicada na internet.

Mas é principalmente o Google quem se beneficia. Em 2017, o motor de busca gerou receitas de 1.42 bilhão de francos suíços no mercado publicitário suíço, o que representa dois terços do bolo. Em comparação, a parcela de anúncios em plataformas de mídia, mostrada no gráfico abaixo como “Display”, parece bem pequena – apenas 265 milhões.

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No entanto, são os editores da imprensa que fornecem o conteúdo que os leitores encontram pelo Google. Por outro lado, os anunciantes assinam seus contratos com o motor de busca. Em outras palavras, a mídia paga para produzir conteúdo e o Google embolsa os lucros. Em 2017, o gigante da Califórnia ganhou mais na Suíça do que todo o setor de mídia do país.

Uma evolução problemática para a democracia

Como resultado dessa evolução, os jornais devem reduzir seus custos. Entre 2011 e 2016, 3000 empregos foram perdidos no setor. O que leva a uma verdadeira fuga de cérebros. Os jornalistas escolhem se lançar como independentes ou se converter em relações públicas ou lobistas.

E grandes cortes ainda são esperados para os próximos anos, incluindo a SSR (da qual faz parte swissinfo.ch) e a agência de notícias ATS. Uma evolução que os autores do relatório consideram problemática para a democracia.

Soma-se a isso a concentração da mídia, considerada “perturbadora” pelos mesmos autores. Os grandes grupos de imprensa estão comprando cada vez mais os jornais locais para abocanhar alguma parte de um bolo publicitário muito disputado.

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Além disso, os grandes grupos reúnem cada vez mais suas redações e publicam os mesmos artigos em diferentes títulos. No ano passado, mais da metade dos artigos sobre política suíça foram publicados em pelo menos dois jornais.

Para os autores do relatório, isso afeta a concorrência entre as redações e prejudica a diversidade de opiniões na imprensa, o que é particularmente sério para temas políticos, como debates antes das votações populares.

Conteúdo externo

SWI swissinfo.ch é uma unidade da SSR, que fornece metade do seu orçamento. A outra metade vem do governo suíço.

Adaptação: Fernando Hirschy

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