Salários aumentarão em vários setores na Suíça em 2024

Os cabeleireiros se beneficiaram de melhorias substanciais em seus salários Keystone / Fehim Demir

O sindicato suíço Unia informa que aumentos salariais gerais superiores a 2,5%, e até mesmo acima da inflação, foram alcançados em vários setores na Suíça para 2024. "A mobilização sindical está dando frutos", disse a organização na segunda-feira.

Em um comunicado à imprensa, a Unia descreve as melhorias para o próximo ano e observa com satisfação que “os salários estão mais uma vez acompanhando o ritmo da inflação”.

A Unia ressalta que isso se aplica especialmente ao setor secundário e aos principais acordos coletivos de trabalho (CLAs) do setor terciário. O sindicato acrescentou que isso proporcionou “apoio vital para o poder de compra de 700.000 trabalhadores”, mas advertiu que “será necessária uma ação ainda mais forte no próximo ano”.

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Em detalhes, por exemplo, a Unia obteve aumentos gerais de CHF120 (US$ 135) por mês para 2024 no setor de construção, o que corresponde a 2,5%, ou mais, para salários baixos. Para eletricistas, o aumento é de 2,2%.

Prestadores de serviços

Aumentos semelhantes foram alcançados no setor de carroceria de veículos (até CHF125 em toda a linha), nos ofícios de envelopamento de edifícios (até CHF100), no setor de isolamento e em vários acordos cantonais.

Praticamente todos os acordos salariais firmados no setor secundário também preveem aumentos correspondentes nos salários mínimos, ou até mesmo aumentos muito maiores, acrescenta a Unia. Outras melhorias foram feitas caso a caso, especialmente em termos de compensação de despesas e direitos a férias.

No setor de serviços, os aumentos às vezes são maiores do que a inflação. Na Coop, por exemplo, os salários de até CHF 4.800 estão sendo aumentados em CHF 140 (ou 2,9% a 3,3%, dependendo do caso). No setor de prestação de serviços, a CLA concedeu 3,2% para todas as categorias. O setor de hotelaria e gastronomia recebeu compensação total pela inflação, mais CHF 5. Os serviços de cabeleireiro e de limpeza e manutenção também se beneficiaram de melhorias substanciais.

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Na indústria, a maior parte das negociações salariais ainda está por vir, diz o sindicato. “As expectativas são altas após as perdas salariais reais do ano passado”, adverte. O acordo salarial alcançado com a fundição Nottaris, por exemplo, onde toda a força de trabalho recebeu um aumento de 4%, mostra que é possível atender a essas expectativas, acrescenta. Na Wander, os salários mínimos foram aumentados em CHF 200 e os salários reais em 2,3%.

“Mas ainda há um longo caminho a percorrer”, acrescenta Unia. Perdas salariais reais de 2,7% em média foram acumuladas para os anos de 2021 e 2022. Há também tendências de queda, como o congelamento de salários no principal setor de construção.

1% para funcionários federais

Por sua vez, os funcionários do governo federal provavelmente terão que “se contentar” com um aumento de 1% no próximo ano. As negociações para obter a compensação total da inflação fracassaram, anunciaram os cinco sindicatos envolvidos, que se dizem “profundamente decepcionados”.

As organizações de funcionários estavam pedindo um aumento de 2,2% para 2024, bem como uma atualização de 0,4% para 2022 e 2023, totalizando 2,6%, disse Jérôme Hayoz, Secretário Geral da Association du personnel de la Confédération (APC), à agência de notícias suíça Keystone-ATS.

O governo deve anunciar sua decisão final “nas próximas semanas”. Os sindicatos esperam que o aumento seja de 1%, em linha com o orçamento, além de um aumento para os salários mais baixos. Como lembrete, para o ano corrente, foi concedido um aumento de 2,5%. Em 2022, recebeu 0,5%.

Os funcionários federais geralmente recebem uma compensação integral, explica Matthias Humbel, chefe do setor de administração pública do transfair. Mas o clima não está muito favorável no momento, especialmente porque a inflação está mais alta.

Para a administração pública federal e seus cerca de 40.000 funcionários públicos, os salários não são objeto de negociações reais, como podem ser em outros setores. É mais uma questão de diálogo. Os sindicatos não têm direito de apelação.

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