Suíça mantém ajuda humanitária no Afeganistão, apesar das dificuldades

Os Talibãs impuseram condições rigorosas às mulheres, inclusive proibindo-as de trabalhar com ONGs. Keystone / Stringer

A Suíça continua comprometida com o trabalho humanitário no Afeganistão apesar da proibição das mulheres trabalharem em ONGs, diz a chefe da agência suíça de desenvolvimento.

“É agora, quando é mais difícil, que essas pessoas mais precisam de nós”, disse a diretora da Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (DDC), Patricia Danzi, em uma entrevista ao jornal NZZ am Sonntag .

Ela disse que a DDC estava avaliando como utilizar o orçamento de CHF30 milhões (US$ 33 milhões) de forma eficaz. Alguns dos fundos suíços poderiam ser usados mais em áreas onde mulheres e homens afegãos fugiram, tais como o Paquistão. É essencial que as mulheres possam continuar a trabalhar em ONGs, acrescentou ela.

O escritório de coordenação da DDC opera atualmente a partir do vizinho Paquistão, pois seu escritório em Cabul foi fechado após o Talibã ter assumido o controle do país em 2021. Mas Danzi disse que o escritório de Cabul ainda estava lá. “O Talibã colocou uma nota na porta dizendo que nossa missão diplomática não pode ser entrada”, disse ela ao jornal.

Desde seu retorno ao poder, o Talibã impôs severas restrições às mulheres afegãs, mantendo-as fora dos empregos públicos, proibindo-as de frequentar escolas secundárias e universidades, ou de ir a parques.

No final de dezembro, eles proibiram as ONGs de trabalhar com as mulheres afegãs, levando várias organizações a suspenderem suas atividades. Entretanto, algumas ONGs puderam retomar parcialmente suas atividades após receberem garantias das autoridades de que as mulheres poderiam continuar a trabalhar no setor da saúde.