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Suíça restringe uso da vacina contra a gripe A(H1N1)

Governo suíço comprou 13 milhões de doses de vacina contra a influenza A(H1N1). Keystone

O Instituto Suíço de Produtos Terapêuticos da Suíça (Swissmedic) autorizou nesta sexta-feira (30/10) o uso de duas vacinas contra a chamada gripe suína: a Focetria, da Novartis, e a Pandemrix, da britânica GlaxoSmithKline – ambas com restrições.

A Pandemrix ainda não foi liberada para ser administrada a mulheres grávidas, nos menores de 18 anos e nos adultos com mais de 60 anos. Também o uso da Focetria tem limites.

A causa da restrição à Pandemrix é a substância usada como coadjuvante (AS03). “Os dados atuais referem-se fundamentalmente aos adultos, mas não existe nenhum dado para as mulheres grávidas e os relativos a crianças são insuficientes”, afirmou a Swissmedic em comunicado.

A Focetria, que contém o coadjuvante MF59, é recomendada para adultos e crianças com mais de seis meses de idade. Crianças com menos de nove meses precisam ser vacinadas duas vezes para se imunizar suficientemente.

No caso de grávidas e mães que amamentam, o médico deve avaliar as vantagens e desvantagens de uma vacinação com Focetria, segundo a Swissmedic.

Os coadjuvantes das vacinas Focetria e Pandemrix são obtidos através de vírus cultivados em embrião de ovo de galinhas. A Swissmedic ainda está avaliando uma segunda vacina do grupo suíço Novartis, a Celtura, livre de coadjuvantes e cujo desenvolvimento ou as culturas virais são feitas em células Vero.

“Vacina é segura”

O diretor da Secretaria Federal de Saúde (SFS) está convencido da utilidade e da segurança das vacinas contra a gripe A(H1N1). “Dispomos hoje de vacinas seguras e testadas”, disse Thomas Zeltner à imprensa em Berna.

A Suíça encomendou 13 milhões de doses de vacina para uma população de 7,7 milhões de habitantes. Os custos totais de 93 milhões de francos serão cobertos pelos governos federal e estaduais, bem como pelos seguros de saúde.

A partir da próxima semana, os lotes de vacinas serão enviados à autoridades sanitárias estaduais, responsáveis pelos detalhes da vacinação. “Em 10 a 14 dias podemos começar a vacinar”, disse Zeltner.

Duas fases de vacinação

A vacinação é gratuita, não obrigatória e será realizada em duas fases. A primeira fase destina-se a pessoas que pertençam a grupos de risco (especialmente crianças e idosos com doenças crônicas) ou que trabalhem no setor de saúde.

Na segunda fase, que começará duas semanas mais tarde, qualquer pessoa que desejar pode ser vacinada. “Para crianças com menos de seis meses não temos vacina”, disse Zeltner. As vacinas em si não desencadeiam gripe, tranquilizou.

De acordo com uma pesquisa de opinião pública realizada em agosto passado, supostamente apenas 27% dos suíços pretende se vacinar contra a gripe suína. Esse índice corresponde à média internacional, disse Zeltner.

Número de casos aumenta

Segundo Zeltner, desde outubro o número de casos de gripe suína aumenta rapidamente, mas a Suíça ainda não é tão fortemente atingida como outros países.
Na Suíça há 1550 casos confirmados em laboratório e 30 internações hospitalares (uma pessoa ainda se encontra em situação crítica), mas nenhuma morte.

A Secretaria Federal de Saúde participa de um programa internacional de vigilância das vacinas. Os vacinados “muito provavelmente” também estariam imunizados para a uma segunda onda de gripe suína, inclusive se o vírus H1N1 só reaparecer daqui a um ano, informou a autoridade.

“Os vacinados não serão cobaias”, disse um imunologista em resposta a perguntas de jornalistas sobre os riscos de efeitos colaterais. As substâncias que fortalecem o efeito das vacinas foram muito bem testadas, explicou.

Excedente para Terceiro Mundo

A Suíça encomendou as 13 milhões de doses no início da gripe suína, no começo deste ano. Na época, esperava-se uma evolução grave da pandemia, disse Thomas Zeltner.

Como a gripe transcorre de forma branda para a maioria da população, o país agora tem excesso de vacinas. Segundo Zeltner, o governo federal autorizou as firmas fornecedoras a vender até 20% das doses encomendadas a países em desenvolvimento e, eventualmente, até para outros países industrializados.

Zeltner explicou também que as vacinas foram liberadas para uso no país durante um ano. Depois disso, serão avaliadas e, se necessário, novamente autorizadas.

swissinfo.ch com agências

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