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Tensão entre turcos aumenta na Suíça

Sábado, 16 de julho, correligionários do presidente turco expressam seu apoio ao regime em vigor, diante do Consulado Geral da Turquia em Zurique, após o golpe fracassado Keystone

Será que o conflito entre os partidários do presidente Erdogan e a oposição turca pode se estender até a Suíça, onde residem cerca de 120.000 turcos? Os jornais suíços relatam crescentes tensões dentro da diáspora.

A vingança do presidente turco Recep Tayyip Erdogan contra seus inimigos, aparentemente, não poupa a Suíça. “Seus correligionários estão fazendo um apelo no Facebook e no WhatsApp para denunciar os dissidentes do regime”, revela o 20 Minuten. O jornal gratuito, na sua versão em alemão, cita várias publicações nas redes sociais mostrando uma verdadeira caça às bruxas.

Para o Neue Zürcher Zeitung (NZZ), após a onda de expurgos na Turquia, a Secretaria de Estado da Economia (SECO) tem endurecido sua prática de autorização para exportar artigos que possam ser utilizados para reprimir a população. “Devido aos recentes acontecimentos na Turquia, as exportações de tecnologias de vigilância serão ainda mais controladas”, diz Jürgen Böhler, chefe de controle de exportação da SECO. Já antes da tentativa de golpe, os dispositivos de escuta móveis tinham sido proibidos de serem exportados para a Turquia.

Os curdos que moram na Suíça, acostumados a protestar contra a Turquia pelas ruas de Berna, também temem o punho do presidente Erdogan. “Desta vez, os curdos são mais cautelosos”, diz a deputada estadual de origem curda, Edibe Gölgeli, nas colunas do Basellandschaftliche Zeitung, da Basileia.

É realista esperar um aumento dos pedidos de asilo da Turquia, diz o deputado federal Kurt Fluri no jornal Bund, de Berna. Segundo ele, os pedidos devem ser considerados cuidadosamente. “Que isso agrade ou não o presidente Erdogan”, acrescenta. No mesmo artigo, outro deputado federal, Andreas Glarner, conhecido por suas posições radicais contra a política de asilo do governo, acredita, porém, que não há motivo para conceder asilo na Suíça para os golpistas. “Erdogan é um presidente democraticamente eleito”, observa Andreas Glarner.


Adaptação: Fernando Hirschy

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