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Risco de aumento nos preços freia iniciativas dos alimentos

Porcos de criação livre
As campanhas pelas duas iniciativas querem métodos de produção com melhores condições para os animais, tanto na agropecuária suíça como nos alimentos importados. KEYSTONE / Melanie Duchene

Duas propostas para promover a agricultura sustentável na Suíça e alimentos éticos tiveram uma queda maciça no apoio duas semanas antes da votação em todo o país no final deste mês.

Uma pesquisa de opinião realizada no início de setembro mostra a iniciativa pela Segurança Alimentar, criada por um grupo de agricultores de esquerda, e a iniciativa “Fair Food” do Partido Verde, ambas perdendo cerca de um terço de seu apoio em comparação com uma primeira pesquisa publicada em meados de agosto.

Uma outra proposta, visando expandir a infraestrutura cicloviária na Suíça, parece estar caminhando para uma clara vitória nas urnas em 23 de setembro, de acordo com o instituto de pesquisas GfS Bern, que conduziu a enquete sob encomenda da Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão (SRG-SSR), empresa-mãe da swissinfo.ch.

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O forte declínio no apoio às duas iniciativas de alimentos e agricultura é dramático, mas era de se esperar, diz o diretor da GfS Bern, Lukas Golder.

“Os opositores apontaram com sucesso as fraquezas das iniciativas durante as últimas semanas”, diz Golder. “Eles souberam enfatizar as preocupações sobre os custos crescentes para os consumidores caso as propostas ganhem maiorias nas urnas.”

Apesar das diferentes abordagens das duas propostas, as iniciativas parecem se dirigir principalmente aos eleitores mais à esquerda, assim como às regiões rurais conservadoras.

Mas a queda no entusiasmo foi mais pronunciada entre os entrevistados na principal parte do país de língua alemã, pessoas mais alinhadas a partidos de centro ou de centro-direita, e aqueles sem uma afiliação particular a um partido político.

Pesquisadores entrevistaram 1.400 cidadãos suíços de todas as regiões linguísticas do país para a segunda de duas pesquisas nacionais.

Expatriados suíços não são incluídos na pesquisa por motivos de proteção de dados.

As entrevistas telefônicas, tanto com usuários de telefonia fixa como móvel, ocorreram de 29 de agosto a 5 de setembro.

A margem de erro é de 2,7%.

A pesquisa foi encomendada pela Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão (SRG-SSR), empresa controladora da swissinfo.ch, e realizada pelo instituto de pesquisas GfS em Berna.

Golder diz que os argumentos dos defensores das iniciativas – produção de alimentos com melhores condições para os animais, combate ao desperdício de alimentos, incentivo aos produtos agrícolas locais – ainda ressoam em muitos cidadãos, mas as preocupações com a aplicação das novas regras os fizeram hesitar.

“A mudança na opinião pública é um fenômeno típico com iniciativas populares. Durante o curso da campanha, na maioria das vezes, os opositores têm a chance de convencer os cidadãos sobre as falhas de uma proposta”, explica Golder.

Em outras palavras, salvo eventos imprevistos nos próximos dez dias, ambas as iniciativas estão fadadas à derrota.

“As tendências indicam claramente que não há maiorias. Qualquer coisa além de uma rejeição pelos eleitores seria uma surpresa”, diz o instituto GfS em seu relatório publicado na quarta-feira.

Linha de chegada

Quanto a uma proposta para impulsionar a infraestrutura cicloviária da Suíça, é praticamente certo que ela ultrapasse a linha de chegada em 23 de setembro com uma vantagem confortável.

Pesquisadores não encontraram sinais de grande oposição à emenda constitucional. O Partido Popular de direita (SVP/UDC), que recomendou a rejeição da proposta, só atrai uma minoria de pessoas que nunca usam uma bicicleta, segundo Golder.

Mas os mais de 70% dos ciclistas autodeclarados entre os entrevistados parecem garantir uma vitória fácil para o governo e o parlamento.

A proposta visa uma coordenação nacional dos esforços regionais para construir mais ciclovias, e foi elaborada pelo parlamento em resposta a uma iniciativa popular que foi posteriormente retirada.

A participação em 23 de setembro deve ficar entre 40% e 45%, um nível ligeiramente abaixo da média, de acordo com especialistas em pesquisas.

swissinfo.ch/ets

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SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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