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Naturalização facilitada: a quinta tentativa funcionou

Depois de quatro tentativas nas urnas, os eleitores e os cantões finalmente aprovam um projeto de mudança constitucional (iniciativa) para facilitar as naturalizações dos jovens estrangeiros de terceira geração. Apenas seis cantões disseram "não". Mas como evoluiu a opinião dos eleitores desde a primeira votação em 1983? Uma análise em gráficos. 

É um pequeno passo, mas de importante valor simbólico. No domingo, 12 de fevereiro de 2017, 60,4% dos eleitores e uma maioria de 17 cantões aprovaram a mudança constitucional, que introduz o princípio da naturalização facilitada para os estrangeiros da terceira geração. Para os jovens, netos de imigrantes, obter um passaporte vermelho com a cruz branca vai ser mais fácil, mesmo sendo as condições ainda bastante restritivas. 

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Foi um processo lento. Até então, os eleitores suíços haviam rejeitado todas as propostas de naturalização facilitada para estrangeiros nas urnas, mesmo com o apoio dos principais partidos do país, inclusive o Partido do Povo Suíço (SVP, direita conservadora).

Nos últimos trinta anos, os eleitores de algumas comunas (municípios) não mudaram as suas posições. Já em outros a situação mudou. Abaixo, a retrospectiva em gráficos.  

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Em 26 de setembro de 2004, após um debate acirrado no país, os eleitores suíços rejeitaram duas propostas de naturalização facilitada. A primeira, relativa aos estrangeiros de segunda geração, foi rejeitada por 56,8% dos eleitores. A segunda, que estipulava a naturalização automática dos estrangeiros de terceira geração, foi rejeitada por 51,6% dos votos.

A questão divido o país em dois blocos: o “não” veio principalmente dos eleitores nos cantões de língua alemã e do Ticino (italófono), bem como das regiões rurais do país.

O único partido contrário à reforma, o SVP, tinha centrado sua campanha na questão do Islã. Seus representantes afirmavam que a naturalização facilitada transformaria a Suíça um país de maioria muçulmana até 2040. Em um contexto de forte imigração originária dos países da antiga Iugoslávia, o partido conseguiu convencer ao jogar com o medo das pessoas e obter um resultado bem superior à sua base eleitoral tradicional.

Dez anos antes, em 12 de junho de 1994, o projeto de naturalização simplificado era apoiado elos principais partidos, incluindo o SVP. Apenas alguns pequenos grupos de extrema-direita se opunham. A surpresa geral: o projeto do Conselho Federal (governo) não obteve a dupla maioria, necessária para uma alteração da Constituição. Na contagem, 56% dos eleitores disseram “sim”, mas 13 cantões votaram “não”. Cerca de 300.000 jovens estrangeiros, entre 15 e 24 anos, teriam se beneficiado da mudança.

A primeira derrota nas urnas da facilitação da naturalização ocorreu em 4 de dezembro de 1983. Com objetivo de facilitar a integração dos estrangeiros, o governo e uma maioria do Parlamento propuseram o acesso facilitado à cidadania não só à segunda geração de imigrantes, mas também aos apátridas e refugiados. E foi precisamente este aspecto que provocou muitas críticas. A proposta foi aceita apenas em cinco cantões e rejeitada por 55% dos eleitores.

Adaptação: Alexander Thoele

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