O ex-presidente dos Estados Unidos e enviado especial do secretário-geral da ONU para o Haiti, Bill Clinton, incitou os empresários a investirem no país e participarem da reconstrução do país.
O apelo foi lançado durante um debate nesta quinta-feira (28) no Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos, nos Alpes suíços. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, também participou do debate.
Bill Clinton lançou quinta-feira em Davos uma iniciativa, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, para ajudar o Haiti.
“A atual crise financeira e econômica prova melhor do que nunca que a interdependência global é o fato mais importante hoje. Não podemos fugir uns dos outros. O divórcio não é uma opção”, disse o ex-presidente antes de lançar um apelo para que os empresários invistam no Haiti.
O maior desafio
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, que esteve recentemente no Haiti, disse no debate que “este é um momento de solidariedade” e que o Haiti precisa segurança, energia, emprego para os jovens e que até o meio ambiente foi devastado.
Amorim lembrou que os capacetes azuis do Brasil estão no Haiti desde 2004 e disse que, em matéria de energia, o Brasil tem a experiência em biocombustíveis que poderia ser útil para o país.
Em discurso na quarta-feira (27) diante do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, Amorim disse que “o Haiti é, hoje, seguramente, o maior desafio à capacidade da comunidade internacional de ajudar a reconstruir um país devastado de uma maneira que leve em conta sua soberania e, ao mesmo tempo, estabeleça as condições para um círculo virtuoso de desenvolvimento social e econômico com maior segurança, democracia e plena fruição dos direitos humanos para todos”.
Também em Davos, o chanceler afirmou que a reconstrução precisa ser feita “sob a liderança irredutível dos próprios haitianos” (…) e que “não nos cabe substituir as autoridades haitianas para tomar decisões sobre as necessidades do povo haitiano”.
Esperança
Para tentar convencer os empresários a investirem no país duramente castigado pelo terrometo, Bill Clinton disse que “o Haiti não é chato nem sem esperança” e que “os feridos e desabrigados no país acreditam no que podemos fazer aqui”.
Clinton disse confiar na capacidade dos haitianos de superar a crise. “É horrível para o povo haitiano, mas tenho certeza que ele tem as mesmas chances de se recuperar que tinha antes do terremoto.”
O ex-presidente se emocionou ao falar do “trabalho heroico” das organizações humanitárias no Haiti.
Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch (com agências)
O Haiti foi devastado por um terremoto dia 12 de janeiro.
Dia 25 de janeiro ocorreu em Montreal, Canadá, a Conferência dos Amigos do Haiti, com a participação de representantes de 20 países e organizações internacionais.
Não foram avançadas cifras para a reconstrução, mas os participantes anunciaram um compromisso de longo prazo com o Haiti, com uma fase inicial de 10 anos.
Ficou acertado que o governo haitiano vai liderar a reconstrução com apoio da comunidade internacional e com a coordenação das Nações Unidas.
A reunião do Canadá também decidiu pela realização de uma conferência internacional em março, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
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