Fim do voto pela internet espanta suíços no exterior das urnas
Cerca de um terço a menos de expatriados suíços votaram em sua pátria desde a suspensão de um serviço de votação pela internet. A Organização para os Suíços do Exterior (OSE) reclama que a ausência do voto digital representa um perigo para a democracia.
Um projeto piloto para permitir o voto eletrônico, no caso pela internet, em alguns cantões foi abandonado em 2019 em meio a preocupações técnicas e de segurança do sistema administrado pelos Correios Suíços. Desde então, o número de expatriados suíços votando no cantão de Genebra caiu de 36% para 27%.
O cientista político Micha Germann, que pesquisou a votação eletrônica suíça na Universidade de Bath, na Grã-Bretanha, os números de Genebra são aplicáveis para toda a Suíça. “Em todos os cantões, isto provavelmente levará a um declínio médio na participação dos eleitores [entre os suíços no exterior] de cerca de um terço”, disseLink externo à emissora pública suíça SRFLink externo.
A diretora da OSA, Ariane Rustichelli, está preocupada com a situação. “Nossos membros têm a sensação de que é incomum que sua opinião seja levantada e levada em consideração na Suíça”, disse ela. “É muito perigoso para nossa democracia quando tantos de nossos cidadãos pensam isso de seu próprio país”.
Micha Germann está convencido de que uma opção digital viável aumentaria a participação dos eleitores entre os expatriados suíços, mesmo que provavelmente tivesse um impacto limitado entre os eleitores que vivem na Suíça. “Devo enfatizar que o voto eletrônico levou a um aumento na participação de quatro a seis por cento entre os suíços no exterior”, disse ele.
A OSE, que representa os interesses de 760.000 cidadãos suíços que vivem no exterior, há muito tempo faz campanha pelo voto eletrônico para seus membros. Em 2018, a organização apresentou uma petição com 11.000 assinaturas às autoridades suíças pedindo que o voto eletrônico fosse disponibilizado até 2021.
Mas o progresso tem sido lento. Em abril, um grupo de especialistas independentes disse que uma nova proposta de sistema de votação eletrônica suíço Post e-voting necessitava de melhorias técnicas.
Ariane Rustichelli da OSA tem pouca confiança de que a votação eletrônica estará disponível a tempo para as eleições gerais do próximo ano.
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