Quatro partidos lançam campanhas para as eleições de 2023

Delegados do Partido Verde votam no sábado © Keystone / Ennio Leanza

A exatamente um ano das eleições federais, o Partido do Povo Suíço, o Partido Radical-Liberal, o Partido Liberal Verde e o Partido Verde definiram suas bancas e suas ambições.

Os Verdes Liberais e os Verdes estão cada um reivindicando um assento no governo de sete assentos, os Radical-Liberais estão construindo sobre seus recentes sucessos e o Partido do Povo está perseguindo temas tradicionais.

O Partido Popular de direita disse que quer ganhar mais 100.000 votos em outubro próximo, tornando suas questões centrais a redução da imigração, a defesa do poder de compra e a luta contra a política climática. O Partido do Povo foi o partido mais forte nas eleições de 2019, ganhando 25,6% dos votos, embora isto tenha caído de 29,4% quatro anos antes.

O presidente do Partido Marco Chiesa advertiu em uma conferência de delegados no sábado que “uma nova viragem à esquerda como em 2019” significaria o fim da prosperidade, liberdade e independência da Suíça. Vários oradores pediram uma redução na imigração, que o Partido do Povo culpou pelo aumento da criminalidade, pesando nos gastos sociais, agravando a escassez de energia e aumentando os prêmios de saúde.

Mais realismo

O Partido Radical-Liberal de centro-direita, que obteve 15,1% dos votos em 2019, quer se tornar o segundo maior partido da Suíça, superando o Partido Social Democrata de esquerda (16,8%).

“A Suíça precisa de reformas liberais urgentes”, disse o presidente do partido, Thierry Burkart, na reunião dos delegados.

O partido disse que lutaria por uma economia aberta e inovadora, menos intervenção do Estado, provisão de velhice e segurança e abastecimento energético. Quanto à energia, Burkart pediu “mais realismo e menos sonhos”. “Não é possível se retirar da energia nuclear e cumprir as metas climáticas ao mesmo tempo”, disse ele.

O desafio climático

O Partido Verde Liberal centrista, que realizou uma conferência de delegados virtuais no sábado, quer quebrar a barreira dos 10% nas próximas eleições. Há três anos, ele obteve 7,8% dos votos. O partido quer expandir seu grupo parlamentar na Câmara dos Deputados (16 cadeiras) e voltar para o Senado.

Ele disse que quer “assumir o leme, continuar com o trabalho e tirar a Suíça do impasse, para que a ação seja a ordem do dia no futuro”. Seu objetivo é obter a representação dos Liberais Verdes no governo, “porque é justamente lá que devem ser estabelecidos novos marcos para moldar a Suíça de amanhã”.

O Partido Verde de esquerda também anunciou suas ambições para o executivo. “Estamos prontos” para o governo, disse o presidente do partido, Balthasar Glättli, aos membros do partido. “Estamos prontos para fornecer soluções para o futuro, para construir pontes, para chegar aos nossos oponentes políticos e chegar a compromissos”, disse ele.

Os Verdes querem se tornar a terceira força política do país. Em 2019, eles se tornaram o quarto maior partido da Câmara dos Deputados com 13,2% dos votos.

“Precisamos de mais Verdes no parlamento e no governo para enfrentar o maior desafio de nosso tempo: a crise climática”, disse Glättli. Desde as eleições anteriores, os Verdes são o partido que mais tem progredido nos cantões. Eles ganharam mais 52 cadeiras nos parlamentos cantonais e agora têm assento nos executivos de oito cantões (com nove ministros).