Refugiados ucranianos vão a tribunal por causa de baixos benefícios

Um grupo de refugiados ucranianos levou Lucerna ao tribunal cantonal sobre pagamentos de benefícios que são inferiores aos de outros cantões. Keystone / Urs Flueeler

Refugiados no cantão de Lucerna recebem menos dinheiro de benefício do que em outros cantões suíços, e um político local está liderando um processo judicial sobre a questão, relata a emissora pública suíça SRFLink externo.

“A assistência social para refugiados e requerentes de asilo em Lucerna é tão baixa que não é possível ter uma vida digna”, diz o deputado estadual do partido verde de Lucerna, Urban Frye. “Isso contradiz a lei federal – e, em última instância, a Convenção Europeia sobre Direitos Humanos”.

Ele representa um grupo de 39 refugiados ucranianos que levaram o assunto ao tribunal cantonal de Lucerna e que também está pagando seus honorários.

Os refugiados da Ucrânia recebem CHF11,50 ($12,60) por dia se viverem em um abrigo cantonal ou CHF14,15 se estiverem em alojamento individual. Estes pagamentos são muito baixos, argumenta Frye, não apenas para pessoas da Ucrânia, mas também para refugiados de outros países.

No cantão da Cidade da Basileia, por exemplo, os refugiados recebem quase o dobro. Ele diz que tais diferenças entre os cantões são incompreensíveis, já que viver na Basileia não é duas vezes mais caro do que em Lucerna. “O iogurte no Migros custa o mesmo em todos os lugares”, disse ele à SRF.

Além disso, o cantão de Lucerna recebe cerca de CHF550 por mês do governo federal como assistência social para cada refugiado, mas paga apenas uma média de CHF350, de acordo com ele.

Guido Graf, secretário estadual de Lucerna que supervisiona o assunto, rejeita a acusação de que Lucerne está guardando os fundos federais para si ao invés de repassá-los aos refugiados. Ele diz que não são apenas os pagamentos mensais que devem ser levados em conta, mas também os outros custos de cuidar e apoiar os refugiados.

Graf se recusou a comentar o caso no tribunal, mas disse que o governo cantonal estava “no processo de revisão das abordagens de apoio”.