Serviço secreto suíço continua fichando partidos e organizações civis

A sede dos Serviços Suíços de Inteligência em Berna. Keystone / Peter Klaunzer

O serviço de inteligência da Suíça está enfrentando várias críticas devido a suas práticas de coleta de dados relativos a partidos políticos e organizações civis.

O Partido Verde e a organização não governamental Public Eye (FIS) disseram que o Serviço Federal de Inteligência (SFI) confirmou no mês passado que havia coletado quase 150 relatórios sobre o partido de esquerda e seu presidente.

Ambas as organizações perguntaram ao SFI em junho passado sobre possíveis documentos relacionados a eles.

O Partido Verde e o Public Eye acusaram o serviço de inteligência de atividades ilegais, mas a agência governamental descartou as críticas como infundadas.

O SFI disse que os grupos políticos não eram o alvo de suas atividades, mas que uma menção de seus nomes em documentos de segurança poderia ser devida a eles serem citados em reportagens da imprensa em conexão com outras questões relevantes.

Eliminação de dados

O SFI também enfatizou que fez esforços para limpar seus dados estocados e apagou mais de 4,5 milhões de documentos desde 2020. O pedido de informações por parte dos Verdes e do Public Eye chegou numa época em que este processo “ainda não havia sido concluído”.

No passado, grupos parlamentares e de segurança repreenderam repetidamente o serviço por suas práticas de coleta de dados.

A descoberta no final dos anos 80 de arquivos dos serviços secretos sobre cerca de um milhão de indivíduos e grupos na Suíça causou um grande tumulto político na época.

As últimas revelações foram publicadas na quarta-feira após reportagens do site Republik e da emissora pública SRF.