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Suíça condena a invasão em Brasília

Manifestantes invadindo o Palácio do Planalto em Brasília.
Manifestantes invadindo o Palácio do Planalto em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Copyright 2023 The Associated Press. All Rights Reserved

Vários países, organizações e mídias também condenaram os ataques de grupos radicais contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, capital do país.

No continente, governo do Chile, Colômbia, Argentina, Venezuela e Cuba manifestaram apoio ao presidente Lula. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou: “O fascismo decidiu dar um golpe de Estado”. O presidente argentino, Alberto Fernández, escreveu. “Meu apoio incondicional e do povo argentino a Lula contra esta tentativa de golpe (…)”. O presidente chileno Gabriel Boric falou de um “ataque covarde e mesquinho à democracia”.

O Ministério suíço das Relações Exteriores (EDA) declarou através de uma postagem no Twitter que “vê com preocupação as ações violentas” e reitera seu apoio às instituições brasileiras e à democracia.

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O presidente dos EUA, Joe Biden, por sua vez, descreveu os protestos de domingo como “ultrajantes” enquanto visitava o estado do Texas, declarou a porta-voz do governo. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, também escreveu no Twitter: “Os Estados Unidos condenam qualquer tentativa de minar a democracia no Brasil”.

Enquanto isso, a União Europeia ressalta apoio ao governo de Lula. “Condenamos os atos antidemocráticos de violência que ocorreram no coração do distrito governamental de Brasília” e “reiteramos o total apoio ao presidente Lula e ao sistema democrático brasileiro”, anunciou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, na noite de domingo.

A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, também comentou sobre os eventos. “O que aconteceu em Brasília foi um ataque covarde e violento à democracia”, escreveu no Twitter na segunda-feira de manhã. “A solidariedade da Alemanha vai até o povo brasileiro, suas instituições democráticas e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

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Na imprensa

Segundo a correspondente Karen Naundorf, havia sinais de que a violência poderia ocorreLink externor. A polícia, que é responsável pela proteção dos prédios públicos, já havia pedido reforços no sábado. Isto foi motivo de preocupação. E esse á um sinal preocupante, ao seu ver. “Primeiro, pois os reforços não vieram e, segundo, pois o pedido de ajuda foi ignorado pelo governador do Distrito Federal, um aliado de Bolsonaro.”

E analisa a situação: “Não importa como a situação se desenvolva, os protestos já são um enorme sucesso para os apoiadores de Bolsonaro”. Porém Naundorf considera, algumas horas após a eclosão da violência, que “nenhum político conhecido do partido de Bolsonaro se colocou ao lado das massas que protestaram.”

Já o NZZ considera que o problemaLink externo no Brasil são as forças de segurança. “Os militares devem finalmente se comprometer totalmente com o novo presidente Lula da Silva”, escreveu o analista Werner J. Marti.

Em sua opinião, as forças armadas têm um papel na saída da crise. “Os militares têm se comportado de forma ambígua até o momento. Embora não tenham intervindo contra a vitória eleitoral de Lula, como muitos observadores temiam, também nunca reconheceram de forma convincente o novo presidente. Para que a tempestade do centro de poder do Brasil continue sendo apenas um episódio desagradável, é essencial que a liderança militar aceite incondicionalmente o novo presidente.”

O jornal “Der Bund” vê uma correlação entre os protestos violentos no Brasil e a invasão do CapitólioLink externo nos Estados Unidos, ocorrido há dois anos e dois dias. Em 6 de janeiro de 2021, partidários do então presidente Donald Trump se reuniram na capital americana para protestar contra o resultado da eleição presidencial de 2020. No dia, os congressistas certificavam a vitória de seu rival democrata, Joe Biden.

“É notável como as imagens e vídeos são semelhantes as transmitidas do Capitólio em Washington. Não foi uma coincidência. Os paralelos entre o movimento “Make America great again” de Donald Trump e Jair Bolsonaro com seu slogan de campanha ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos’ eram óbvios mesmo antes do ocorrido no domingo”, escreveu Simon Widmer.

O comentarista do Tagesanzeiger vê também pontos em comum na estratégia de Bolsonaro. “Como seu modelo Trump, o ex-presidente brasileiro cultivou a mentira da eleição roubada. Durante meses atacou o sistema de votação eletrônica no Brasil sem nenhuma evidência, embora esta tenha funcionado perfeitamente, inclusive durante a vitória eleitoral de Bolsonaro em 2018.”

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