Suíça pede redução de tensões entre Sérvia e Kosovo

A Suíça reiterou seus apelos para que todas as partes envolvidas no conflito entre a Sérvia e Kosovo não agravem ainda mais a situação. O Ministério das Relações Exteriores (EDA) enfatizou a importância das missões de manutenção da paz KFOR e EULEX.
“Mais uma vez pedimos a todas as partes envolvidas que se abstenham de retóricas ou ações que possam inflamar ainda mais a situação”, declarou a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
“A KFOR e a EULEX são fundamentais para manter a ordem e a segurança das comunidades locais no norte de Kosovo”, disse ela.
O contingente das Forças Armadas suíças em Kosovo, SWISSCOY, participa da missão de manutenção da paz de Kosovo KFOR desde que a formação militar multinacional liderada pela OTAN foi criada em 1999, após o fim da guerra de Kosovo. A EULEX é a Missão da UE para o Estado de Direito em Kosovo.

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Barricadas
Protestando os sérvios na cidade etnicamente dividida de Mitrovica, no norte de Kosovo, ergueu novas barricadas na terça-feira, horas depois que a Sérvia disse ter colocado seu exército no mais alto alerta de combate após semanas de escalada das tensões entre a capital sérvia Belgrado e a capital kosovar Pristina. O Ministério da Defesa da Sérvia disse que acreditava que Kosovo estava se preparando para atacar os sérvios e remover à força as barricadas.
O governo de Kosovo pediu às forças de manutenção da paz da OTAN que removessem as barricadas, mas disse que tinha a capacidade e a prontidão para agir.
Após o fechamento do principal ponto de passagem da Sérvia para Kosovo em Merdare, as pessoas que querem entrar em Kosovo estão sendo ameaçadas pelo lado sérvio. Entre eles estão muitos suíços, de acordo com o portal de informações em língua albanesa Le Canton 27, sediado na Suíça.
O impasse vem após meses de problemas com a questão das placas de matrícula dos carros. Durante anos, Kosovo quis que os cerca de 50 mil sérvios do norte trocassem suas placas de matrícula de carros sérvios por outras emitidas por Pristina, como parte do desejo do governo de fazer valer a autoridade sobre seu território.
Kosovo conquistou a independência da Sérvia em 2008, quase uma década depois de uma revolta guerrilheira contra o governo de Belgrado. A Suíça logo se juntou a outros países ocidentais no reconhecimento de Kosovo como um país independente.
A Sérvia, entretanto, ainda considera o Kosovo como parte integrante de seu território e rejeita as sugestões de que está gerando tensões e conflitos dentro das fronteiras de seu vizinho. Belgrado acusa Pristina de pisotear os direitos dos sérvios minoritários.
Pouco progresso
Os sérvios étnicos, que não reconhecem o governo de Pristina nem as instituições estatais kosovares, representam 5% dos 1,8 milhões de habitantes de Kosovo, sendo que a etnia albanesa representa cerca de 90%.
Os sérvios desabafaram sua hostilidade recusando-se a pagar ao operador de energia do Kosovo pela eletricidade que utilizam e atacando freqüentemente a polícia que tenta fazer detenções.
Os sérvios em Kosovo querem criar uma associação de municípios majoritariamente sérvios que operaria com maior autonomia. A Sérvia e Kosovo fizeram poucos progressos nesta e em outras questões desde que se comprometeram, em 2013, com o diálogo patrocinado pela UE.
A OTAN tem cerca de 3.700 militares estacionados em Kosovo para manter a paz. A aliança disse que interviria de acordo com seu mandato se a estabilidade na área fosse comprometida. A EULEX, que chegou em 2008, ainda tem cerca de 200 policiais especiais lá.

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