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UBS perde US$ 1,3 bilhão no segundo trimestre

Prejuízos do UBS diminuem no segundo trimestre. Pixsil

O UBS registrou um prejuízo de 1,4 bilhão de francos suíços (US$ 1,3 bilhão) e retiradas dramáticas de capital no valor de 39,4 bilhões de francos no segundo trimestre deste ano, conforme informou nesta terça-feira (4/8).

Com isso, o segundo maior banco suíço em valor de cotação na bolsa acumula perdas de 3,4 bilhões de francos no primeiro semestre de 2009. No mesmo período do ano passado, os prejuízos foram de 12 bilhões de francos.

O sétimo prejuízo trimestral do UBS nos últimos dois anos foi menor do que o máximo esperado. Analistas haviam previsto perdas de 1,2 a 1,8 bilhão de francos para o segundo trimestre.

O principal concorrente local do UBS, o Credit Suisse – maior banco suíço em cotação na bolsa – conseguiu tirar vantagens de um mercado adverso e superou as expectativas dos analistas com um lucro de 1,6 bilhão de francos no segundo trimestre. E isso sem ajuda estatal.

O resultado do UBS para o período abril-junho inclui perdas acumuladas de 1,2 bilhão de francos com títulos da dívida própria, custos de reestruturação de 582 milhões de francos e encargos por depreciação de goodwill (venda do UBS Pactual no Brasil) de 492 milhões de francos, informa um comunicado do banco.

A área de gestão de fortunas e negócios suíços registrou saídas líquidas de 16,5 bilhões de francos, enquanto a gestão de ativos (Global Asset Management) apurou saídas de 17,1 bilhões de francos e as retiradas no Wealth Management Americas foram de 5,8 bilhões.Segundo o executivo chefe do UBS, Oswald Grübel, depois de um certo tempo, o dinheiro retornará ao banco.

A receita operacional total aumentou de 4,97 para 5,77 bilhões de francos. As despesas operacionais cresceram 9% e somaram 7 bilhões de francos suíços contra 6,5 bilhões no trimestre anterior. Um dado positivo do balanço é que o UBS teve um lucro operacional de 971 milhões de dólares (sem desconto dos impostos).

O banco atribuiu a queda do prejuízo – que no primeiro trimestre ainda foi de 1,975 bilhão de francos – à redução de suas posições de risco na área de investimentos. Segundo Grübel, o UBS ainda é o maior banco de investimentos fora dos EUA.

Redução de riscos e corte de pessoal

Só no segundo trimestre deste ano, essas posições foram reduzidas em 250 milhões de francos. No total, essas posições já foram reduzidas em 30 bilhões de francos desde o início da atual crise financeira, disse Grübel, durante uma entrevista coletiva à imprensa.

O banco cortou 4400 empregos de janeiro a junho deste ano. A folha de pagamento foi reduzida a 71.806 funcionários. Mesmo assim, os custos de pessoal aumentaram quase 500 milhões de francos, o que, segundo o UBS, se deve aos “altos custos de talentos”.

O banco quer economizar 3,5 a 4 bilhões de francos no próximo ano e planeja eliminar mais 4300 postos de trabalho em 2010. Descontando ainda o pessoal do UBS Pactual, cuja venda será concluída no terceiro trimestre, o quadro de pessoal restante então será de 67 mil funcionários.

Em um comunicado aos acionistas, o presidente do conselho de administração do UBS, Kaspar Villiger, e o CEO Oswald Grübel, afirmam que os resultados “estão longe se serem satisfatórios, mas apresentam um avanço significativo na direção que nos interessa: o retorno à rentabilidade e a reconquista da confiança dos nossos clientes.”

Eles afirmam também que o acordo extrajudicial entre o governo suíço e as autoridades fiscais dos Estados Unidos referente à entrega de dados de 52 mil clientes norte-americanos acusados de sonegação fiscal (veja link) irá ajudar o banco voltar ao caminho certo.

Diante dos prejuízos, o UBS permanece cauteloso em suas previsões. Segundo o banco, a situação do mercado melhorou continuamente no segundo trimestre, mas ainda não há uma recuperação sustentável a vista. “Apesar dos sinais positivos, na maioria das regiões de atuação do UBS continua reinando um ambiente recessivo.”

swissinfo.ch com agências

O UBS teve um prejuízo líquido de 1,4 bilhão de francos suíços no segundo trimestre de 2009.

As retiradas de capital somaram 39,4 bilhões de francos no primeiro semestre.

O quadro de pessoal foi reduzido a 71.806 funciários até 30 de junho de 2009 (corte de 4400 empregos).

A venda do UBS Pactual teve um efeito negativo de 492 milhões de francos sobre o balanço do segundo trimestre.

No final de junho, o UBS administrava fortunas no valor de 2,250 trilhões de francos contra 2,182 trilhões em 31 março de 2009.

Para comparar: o Credit Suisse teve lucro de 1,6 bilhão de francos no segundo trimestre e administrava fortunas no valor de 1,175 trilhão de francos no final do período.

O principal concorrente do UBS na Suíça tem 46.800 funcionários.

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