A iniciativa popular para conter a expansão urbana na Suíça perdeu o apoio antes da realização do plebiscito no próximo mês. Os pesquisadores acreditam que a maioria dos eleitores rejeite a proposta da seção de jovens do Partido Verde.
A última pesquisa, publicada na quarta-feira (30), revelou que a iniciativa perdeu 16% em comparação com uma pesquisa anterior realizada pelo principal instituto de pesquisa, o GfS Bern, um mês antes. Atualmente, a iniciativa conta com o apoio de 47% dos entrevistados.
Para mais detalhes, consulte o gráfico e o infobox abaixo.
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Lukas Golder, diretor do GfS Bern, diz que os oponentes da iniciativa atualmente têm apenas uma ligeira vantagem sobre os apoiadores, com 49%, mas todos os indicadores apontam para mais de 50% dos votos negativos em 10 de fevereiro.
“As mudanças da primeira para a segunda pesquisa são bastante significativas e a rejeição da iniciativa é provável”, acrescentou o cientista político.
Os pesquisadores acham que os entrevistados próximos de partidos de esquerda e uma parte da direita são a favor, são também tipicamente mulheres e residentes nas cidades. Mas grupos de base de centro-direita, bem como cidadãos que moram em áreas rurais, rejeitam cada vez mais a iniciativa lançada pela ala jovem do Partido Verde há quase quatro anos.
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Golder diz que muitos entrevistados concordam em princípio com as críticas dos ambientalistas que querem congelar a criação de novas zonas de construção em todo o país para evitar que os assentamentos “comam” áreas abertas e “desfigurem” a paisagem para as gerações futuras.
No entanto, a combinação de três contra-argumentos parece ser mais convincente: a preocupação com um possível aumento dos imóveis de aluguel, danos potenciais à economia, e a convicção de que a lei atual, endossada em uma votação nacional em 2013, é mais adequada para enfrentar os problemas existentes.
“Como regra geral, é difícil para a esquerda e os verdes na Suíça ganhar votos se os adversários tiverem bons argumentos”, diz Golder.
“A esquerda pode colocar questões na agenda política, mas continua praticamente impossível para ela antecipar todas as falhas potenciais de uma iniciativa”, acrescenta.
Golder diz que as questões ambientais só têm chance de ganhar apoio nas urnas se elas também apelarem para os eleitores mais conservadores. Um exemplo disso foi a iniciativa para limitar a construção de residências secundárias, que foi aprovada em 2012.
Os pesquisadores dizem que os esforços dos partidos de centro-direita para pressionar por uma rejeição à mais recente iniciativa estão começando a dar efeito e eles esperam uma participação geral um pouco abaixo da média em 10 de fevereiro.
Detalhes da pesquisa
Os pesquisadores entrevistaram 4.699 cidadãos suíços de todas as regiões linguísticas do país para essa segunda pesquisa de opinião nacional.
A pesquisa é baseada em respostas dadas pela internet, bem como entrevistas por telefone, tanto com usuários de telefone fixo como móvel, e foi realizada de 16 a 23 de janeiro.
A margem de erro é de 2,7%.
A pesquisa foi encomendada pela Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão (SSR SRG), empresa-mãe da swissinfo.ch, e realizada pelo instituto de pesquisas GfS Bern.
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