Vazamento de dados em Zurique: autoridades atuais liberadas

A forma como os discos rígidos dos computadores foram descartados foi "pouco profissional, descuidada e possivelmente condenável criminalmente", de acordo com a ministra da justiça cantonal, Jacqueline Fehr © Keystone / Christian Beutler

Os atuais chefes do departamento cantonal de justiça de Zurique não são responsáveis pelo vazamento de dados entre 2006 e 2012, no qual os dados sensíveis teriam chegado às mãos de criminosos envolvidos com drogas e prostituição.

Uma investigação administrativa externa liberou os atuais chefes, mas notou a substituição não profissional de computadores durante o período em questão.

A maneira pela qual os discos rígidos dos computadores foram descartados foi “não profissional, descuidada e possivelmente criminalmente repreensível”, disse a ministra da justiça cantonal, Jacqueline Fehr, à mídia na terça-feira. “Isto nunca deveria ter acontecido desta maneira”.

O relatório externo, encomendado pelo departamento de justiça, revela que as regras em torno da disposição dos dados permaneceram inadequadas até 2014. Acrescentou que agora não são necessárias medidas adicionais imediatas e que tal escândalo não seria possível hoje.

No entanto, a consultoria jurídica fez recomendações para a gestão da segurança de dados. Estas estão sendo implementadas atualmente.

Perguntas em aberto

O Ministério Público alertou Fehr sobre o assunto em novembro de 2020. Em seguida, Fehr informou o oficial de proteção de dados cantonal em particular e também encomendou a empresa de consultoria jurídica especializada em assuntos de TI, que apresentou seu relatório final em março de 2021.

Por recomendação do oficial de proteção de dados, Fehr não informou a mídia por razões táticas relacionadas à investigação.

Na semana passada, porém, vários meios de comunicação revelaram o vazamento de dados de 2006 a 2012. Os eventos ocorreram durante os mandatos de dois dos predecessores de Fehr, Markus Notter e Martin Graf. Diz-se que alguns dados sensíveis chegaram às mãos de criminosos no ramo de drogas e prostituição. Estes incluem relatórios psiquiátricos sobre pessoas acusadas, assim como informações do Ministério Público e do departamento de justiça.

Uma investigação criminal está em andamento. Enquanto não for concluída, muitas perguntas permanecem em aberto sobre a quantidade de dados vazados e sua sensibilidade, ressaltou Fehr.