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Questões de segurança prejudicam luta contra aids, diz ONU

O diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre hiv/aids (UNAIDS), Michel Sidibe, dá entrevista à AFP, na Cidade do Panamá, no dia 15 de novembro de 2015 afp_tickers

A principal autoridade do combate à aids da ONU alertou nesta terça-feira que a crescente luta contra o terrorismo corre o risco de restringir os orçamentos para os cientistas que esperam erradicar a doença nos próximos anos.

Diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre hiv/aids (UNAIDS), Michel Sidibe disse que na medida em que os países investem mais em segurança para combater ameaças como o que chamou de ataques “bárbaros” da semana passada em Paris, o financiamento de pesquisas sobre a aids deve sofrer cortes.

“Existe o medo por causa da crise, a população migrante, todos os problemas de segurança, o terrorismo”, disse à AFP durante visita ao Panamá.

“Para se concentrar nessas questões, pode ser que realmente alguns recursos de programas sociais e de desenvolvimento tenham que ser deslocados”.

A UNAIDS e outros organismos estimam que das 314 milhões de pessoas afetadas por crises humanitárias em todo o mundo, cerca de 1,6 milhões têm hiv, o vírus que causa a aids.

Sidibe disse que as vítimas de tais crises são ainda mais vulneráveis já que algumas delas interrompem o tratamento da aids quando têm que se deslocar.

Ele disse ter esperança de que em breve o hiv vai ser praticamente eliminado como uma ameaça à saúde pública.

“Eu não ficaria surpreso…que em provavelmente 10-15 anos poderemos ter uma cura funcional ou vacina”, disse Sidibe.

Mas a ONU alerta que, a fim de fazê-lo até 2030, serão necessários 32 bilhões de dólares ao longo dos próximos quatro anos.

“O maior entrave, para ser honesto, que temos hoje para chegarmos a uma vacina, é que nós estamos vendo uma redução dos fundos de pesquisa”, lamentou.

“Todas as vezes que o mundo enfrentou problemas de segurança, as prioridades se voltaram para tentar resolver essas questões”, afirmou Sidibe.

“Infelizmente o impacto implícito é que investimentos e atenção que deveriam ir para os setores sociais, especialmente saúde e educação, serão reduzidos, e precisamos garantir que isso não aconteça”.

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