Quinze portugueses feridos no acidente de ônibus que ocorreu domingo de manhã em Charolles, na França, puderam deixar o hospital e voltar para a Suíça. Um inquérito para saber as causas do drama foi aberto.
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Suíço-brasileiro formado em jornalismo e comunicação social pela Universidade de Friburgo, Suíça. Ex-colaborador da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI), que deu origem à swissinfo.ch.
Os feridos foram acolhidos por uma equipe da Cruz Vermelha francesa treinada para esse tipo de situação. Por volta das sete e meia da noite do domingo, dois veículos fornecidos pelo Consulado de Portugal na Suíça levaram onze feridos para suas casas na Suíça. Quatro feridos voltaram por conta própria.
Três feridos em estado grave, entre eles uma criança de dois anos e seu pai, e dez outros feridos ainda estavam no hospital na França na segunda-feira. Os corpos das quatro pessoas mortas também.
Inquérito em curso
Uma investigação deve determinar as circunstâncias do acidente. De acordo com os primeiros elementos, não havia gelo, mas a pista estava escorregadia. A velocidade do ônibus não estava adaptada às circunstâncias e condições de tráfego. O ônibus estava em uma velocidade ligeiramente superior a 90 km/h.
A polícia francesa questionou todas as pessoas em condições de serem interrogadas no âmbito do processo. Os dois motoristas do ônibus fizeram testes de alcoolemia que se mostraram negativos.
O caso está nas mãos do procurador da República do tribunal de Macon, que é também responsável pela liberação dos corpos para o repatriamento.
Estrada perigosa
Os passageiros tinham passado o fim do ano em Portugal. O ônibus saiu de Vila Nova de Foz Coa, no norte de Portugal, no sábado à noite, e viajava em direção a Romont, cidade suíça do cantão de Friburgo. O acidente ocorreu pouco antes das quatro e meia da manhã perto do viaduto de Charolles, na região de Saône-et-Loire (centro), na Estrada Nacional 79.
O trecho é conhecido por ser perigoso. A rodovia é conhecida como “estrada da morte” por causa de um grande número de acidentes, muitas vezes fatais.
As empresas de ônibus que não têm licença transfronteiriça costumam tomar as estradas nacionais para economizar nas taxas rodoviárias e oferecer viagens mais baratas.
No verão e durante a temporada de férias de fim de ano, quando as famílias portuguesas residentes na Suíça vão visitar seus parentes no país, os preços das passagens aéreas aumentam muito. Para uma família, a viagem de ônibus é mais rentável.
Além disso, cada passageiro pode transportar duas malas ou mais no ônibus, sem custo adicional; uma benção para quem leva presentes de Natal.
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