Calor humano contra o inverno rigoroso
Com o frio que atinge a Europa e a Suíça, algumas pessoas se encarregam de ajudar os menos afortunados que não têm um lugar fixo para morar.
Em Genebra, onde há uma longa história de mobilização desse tipo de ajuda, as autoridades abriram um abrigo nuclear com 200 camas para os sem-teto. Mas muitos cidadãos tomam outras iniciativas. Os estudantes distribuem cobertores. Outros distribuem sopa e vinho quente. Um bar na estação de trem oferece comida e roupas para viciados e ex-viciados.
No cantão de Vaud, policiais e assistentes sociais distribuem sacos de dormir. Em Lausanne, os cidadãos fornecem cobertores, roupas quentes e sacos de dormir. “É natural fazê-lo”, diz Oscar Tosato, membro do executivo municipal.
Caridade pública e privada
Várias associações também são ativas, como o Exército de Salvação, e distribuem bebidas quentes e sopas.
Mas em outros lugares da Suíça de língua francesa, como Neuchâtel e La Chaux-de-Fonds, a ajuda é mais institucional como uma fundação que apoia os adultos carentes.
Alguns cidadãos dizem que querem compensar o que é percebido por vezes como insensibilidade oficial para com os sem-teto e os ciganos. Seja qual for a motivação, todos concordam que os esforços são insuficientes, especialmente quando o inverno é rigoroso como agora.
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Um assentamento de contêineres para desabrigados
Espaços públicos
Com o frio e o vento glacial que atingem a Suíça, levam algumas cidades como Lausanne a aumentar a capacidade de abrigos para os sem-teto. Genebra abriu um novo abrigo de mais 70 camas para jovens sem família.
Na Suíça de língua alemã, cidades como Berna e Zurique têm algumas patrulhas nas ruas para encontrar os sem-teto e convidá-los para os centros de acolhimento. Algumas pessoas recusam a ajuda porque estão acostumadas a dormir na rua ou encontrar espaços públicos aquecidos.
Funcionários de Zurique, Berna e Basileia afirmam que suas instalações de emergência atualmente têm espaço suficiente e não precisam ser expandidas, já que as baixas temperaturas nem sempre se traduzem em mais emergências.
Seus abrigos de emergência às vezes são menos ocupados do que no verão, dizem as autoridades das três cidades, que tentam ao longo do ano reduzir o número de sem-teto através de programas focados em “segurança, intervenção e prevenção”.
Estado de espírito
Mas para alguns, esses programas nem sempre funcionam devido vários problemas psicológicos.
Existem poucas estatísticas oficiais sobre o número dos sem-teto na Suíça. Um estudo feito há 12 anos sobre a falta de moradia entre pessoas com doença mental grave revelou que 1,6% de todos os pacientes psiquiátricos internados eram sem-teto. Sua idade média era de 34 anos; 70% eram homens.
“Fatores sociais e de psicopatologia estão contribuindo de forma independente para o risco de falta de moradia”, concluiu o estudo.
Pobreza
Mesmo muitas pessoas que não estão desabrigadas lutam para pagar as contas em um país com um dos mais altos padrões de vida no mundo.
Os últimos dados sobre a pobreza na Suíça são de 2014, quando a taxa de pobreza era de 6,6%, afetando 530 mil pessoas. A linha de pobreza na Suíça é de menos de 2.200 francos suíços para pessoas solteiras ou menos de 4.500 francos suíços para uma família com dois adultos e duas crianças
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