Em junho de 1977 o jornalista Sérgio Fernandes, da redação de língua portuguesa da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI) foi conhecer Lausanne, uma cidade localizada às margens do Lago de Genebra e também conhecida como a "Capital Olímpica" devido às organizações internacionais que lá funcionam.
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Alexander Thoele é de origem alemã e brasileira e ingressou na swissinfo.ch em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, concluiu seus estudos de jornalismo e informática em Brasília e Stuttgart.
A fundação de Lausanne dataria da pré-história, o que é revelado por esqueletos do período neolítico. Mas é certo que “Lousanna” era centro importante da Gália, pois se situa na rota para a Itália. Certo também que depois da ocupação romana foi destruída pelos alamanos.
Séculos depois, a cidade foi invadida por Berna e, posteriormente, por tropas francesas na virada do século 18 para o 19, quando se criou o contão do Léman. O primeiro governo do cantão de Vaud data de 1803, ano em que LausanneLink externo virou capital cantonal.
Em entrevista cedida aos jornalistas da RSI, a brasileira Lorette Cohen lembrou que Lausanne tinha aproximadamente 120 mil habitantes (n.r. hoje são 138 mil) e era capital de um “cantão essencialmente rural”; é uma cidade de feiras e comércio, sendo conhecido seu “Comptoir Suisse”, feira nacional de agricultura e máquinas agrícolas, que abriu espaço a produtos industriais.
Lausanne é uma cidade de colinas, à margem do lago Léman, com grande número de cafés, “onde as pessoas se encontram mais que em casa”, disse Lorette, realçando ser uma falta de educação recusar o copo de vinho branco “oferecido em cada ocasião…”
Do ponto de vista urbanístico, Lausanne estende-se ao longo do lago Léman, com bairros operários a oeste, um bairro “pequeno-burguês” (Prilly), grandes bancos e prédios no centro que é “um bairro chique de butiques, comércio e hotéis”.
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A cidade medieval, “La Cité”, fica em torno da catedral gótica. Os bairros mais elegantes são: Chailly, da burguesia; La Rosiaz e Pully (que já é outra comuna), “da grande burguesia lausanense”. Em suma, Lausanne é uma cidade estratificada, mas todos os bairros “são bem cuidados”.
Lorette lembrou também que Lausanne tinha uma universidade “bastante importante” – em expansão, com pelo menos 50% de estudantes estrangeiros – e a Escola Politécnica Federal de LausanneLink externo (EFPL), “a segunda do país”, depois de ETH, em Zurique, além de uma centena de institutos particulares de qualidades variáveis. Muitos líderes políticos africanos formaram-se em Lausanne, realçou.
Por seu lado, Luís Siqueira, estudante gaúcho, declarou na época à RSI que a cidade era adequada para estudar: “pequena e fria, o que evita dispersão e incita ao estudo”. Ele achou a adaptação complicada antes de entender a mentalidade suíça.
Lorette Cohen lembrou que a cidade “era a capital judiciária do país” (ainda o é), sede do Supremo Tribunal FederalLink externo, em função da descentralização, “a base do sistema político suíço”. Do ponto de vista econômico, Lausanne era também mais uma praça bancária que financeira e sediava a Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, dirigida pelo banqueiro François Lugeon, cônsul honorário do Brasil, na época.
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Lausanne, uma cidade de tradições medievais, lembrou Lorette: “À noite, na torre catedral, p.ex., há um vigia para anunciar as horas. E os dias de mercado – legumes, flores, roupas. Quartas e sábado são sagrados. Outra faceta são as sociedades de estudantes: só para homens.”
Outra característica é ser aberta a refugiados políticos a quem o governo assiste. A imigrante brasileira ressaltou na entrevista que todas as pessoas que não eram cantão eram vistas como estrangeiras. Lorette destacou ainda a força do movimento ecológico que procurava impedir até a derrubada de árvores doentes e uma importante campanha para proteger as vinhas da região de LavauxLink externo. “O amor pelos animais é igualmente acentuado, havendo até salões de beleza para cães.”
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