A imigração de portugueses à Suíça se intensificou entre os anos 1970 e 1980. Ela trouxe não apenas trabalhadores ao país, mas também a própria cultura portuguesa. É como mostrou, em 1975, o jornalista Gabriel Barbosa em uma reportagem sobre uma cantora de fado, transmitido em 1975 nas ondas curtas da redação de língua portuguesa da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI).
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Alexander Thoele é de origem alemã e brasileira e ingressou na swissinfo.ch em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, concluiu seus estudos de jornalismo e informática em Brasília e Stuttgart.
A reportagem começa com o Fado da Adiça em que Amália Rodrigues canta “não é fadista quem quer, só é fadista quem calha”. Indagada a esclarecer o que o fado representa para ela, diz nunca ter raciocinado sobre isso: “É como se eu me pusesse pensar porque é que eu respiro”…
Lembra-se de ter começado a cantar com 3 ou 4 anos, mas não pode definir o que para ela é o fado, essa canção fatalista (fado vem de fatum, destino), sendo por isso mesmo muitas vezes atacada pelas pessoas. (Segue-se interpretação de Que Deus me Perdoe). Se os portugueses cantam fado é porque são fatalistas, realça a cantora. Estima, porém, que o fado é o “grito contra esse fatalismo, contra a morte, contra as coisas que acontecem às pessoas independentemente de sua vontade”.
Após interpretação de Fado Lisboeta, Amália distingue dois tipos de fado: o de Coimbra, que não passa de uma balada – é “um fado de rua, de serenata, de gente mais intelectual e circunstancial”; e o fado de Lisboa: “É um fado que diz dos portugueses”. Segue-se a interpretação de Lá Porque Tens Cinco Pedras.
Amália Rodrigues aborda por fim o início de sua carreira artística, lembrando que na época, mesmo para homens, cantar fado era mal visto. Mas, por insistência das pessoas, e o próprio contentamento de cantar, – “embora nunca pensara em ser artista” – a levou a um empresário.
Toda a sua família era de Beira-Baixa, lembra Amália, levando-a a cantar o fado com características da região: de maneira diferente, nova. Isso tudo, associado a interesses de gente importante, de possibilidade de ganhar dinheiro, etc., convenceu os pais a deixá-la cantar. Seis meses depois do início da carreira, já era uma atração. Tinha 19 anos…
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“Não é fadista quem quer. Só é fadista quem calha”
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