Como era o Natal suíço
Maria Helena Cruz Pinto era uma das jornalista na redação de língua portuguesa da Rádio Suíça Internacional (RSI). No Natal de 1970 transmitiu nas ondas tropicais uma reportagem sobre as músicas natalinas da Suíça do século 9 até o 19. Até ouvintes em Angola escutaram o órgão mais antigo do mundo. Escute aqui essa emissão atemporal.
O programa começa com o toque do carrilhão da catedral de São Pedro, de Genebra. Depois entra a execução do organista suíço Pierre Segond de uma composição intitulada “Il est né le Divin Enfant” (n.r.: E nasceu a Criança Divina).
A RSI lembrava que os primeiros poetas e músicos suíços foram Notger Bàlbulus e Tuòtilo, monges de St. Gallen, autores, no século 9, de novas formas de cânticos para a liturgia da missa. Segue-se então o hino composto por Tuòtilo ‘Hodie cantandus est nobis puer’, interpretado pelos monges de Einsiedeln.
Na seqüência, uma interpretação de ‘Noël Ancien’, obra de Antoine Dornal. A execução realizada pelo ‘reverendo Schmieder’ no órgão de Nossa Senhora de Valère, em Sion – instrumento construído no fim do século 14. É o mais antigo órgão do mundo em funcionamento.
Outra composição do séc. 14 é “In dulci jubilo”, uma obra anônima, tocada por um coro de trombone de Steffisburg, no cantão de Berna. Do século 19 ouve-se em seguida ‘Pueri Concinite’ (de Johann Ritter von Herbeck, compositor austríaco.
A execução é do tenor Fritz Peter e o coral Ambrosius, de Zurique e por membros da Tonhalle, da mesma cidade e orquestras de rádio. E finalmente o programa termina com a tradicional melodia “Noël Suisse” (Natal Suíço), na interpretação do grupo Mein Baum.
Hoje, quando a Rádio Suíça Internacional se transformou no portal de informações swissinfo.ch, onde publica diariamente na internet artigos, reportagens, galerias de fotos, vídeos e áudios, o desejo de lembrar o Natal continua. É o que contamos na história abaixo…
“.. Um denso nevoeiro invadiu as ruas do vilarejo em volta do mosteiro. Dificilmente se consegue ver os contornos do mosteiro e as cerca de 150 barraquinhas da feira, que se estendem ao longo da rua principal. Inúmeras caixas de música ressoam no ar as músicas de Natal, sons que se misturam ao cheiro de pães de mel e do vinho quente. No centro, a praça do convento é adornada com uma grande árvore de Natal e as luzes de Natal. Só o som de uma britadeira perturba essa atmosfera romântica…”
Monumento imponente, o mosteiro de EinsiedelLink externo contempla a multidão do alto de seus mais de mil anos de história. O mosteiro o lugar de peregrinação mais popular da Suíça. É também uma parada importante do Caminho de SantiagoLink externo, uma rede de rotas de peregrinação por toda a Europa, que é percorrida por várias centenas de milhares de pessoas todos os anos.
As tradições do Natal suíço são basicamente semelhantes às de outros países da Europa Central. As missas são realizadas, os presentes são trocados, os biscoitos são preparados e uma árvore de Natal decorada é decorada. Na véspera de Natal, as famílias se juntam para a ceia e algumas até vão à missa da meia-noite.
Na galereia de imagens abaixo, damos um pequeno passeio pelo passado através de imagens de Natal na Suíça dos últimos 80 anos.
O presépio é um símbolo tradicional de Natal – mas não há dois presépios iguais! Willy KyburzLink externo, um especialista aposentado em TI, gosta de fazê-los com materiais naturais. Além disso, ele consegue colocar um presépio inteiro em uma caixa de fósforos!
Durante décadas o suíço originário de Kilchberg, um vilarejo às margens do lago de Zurique, trabalhou numa companhia de seguros. Aposentado,ele passa seu tempo como uma criança, fabricando objetos com materiais naturais. No verão cria jardins de miniatura e vende nas feiras locais. Durante a época das festas, Willy faz presépios em caixas de fósforo. swissinfo.ch visitou-o em sua casa às margens do lago de Zurique e mostra como ele constrói presépios em miniatura. (Vídeo de Michele Andina).
Toda a equipe da SWI swissinfo.ch deseja a você e a toda a sua família um Feliz Natal!
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