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Até quando poderemos ver Federer em ação?

Reuters

De um lado da quadra, músculos contraídos, transpiração, disciplina tática e a luta evidente para superar os limites técnicos. De outro, o tênis jogado em forma de poesia, fluido, com alternância de efeitos, naturalidade nos golpes e aquela dose de intuição e imprevisibilidade que só cabe aos gênios.


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Por Otávio Maia, Blog Esporte Fino

Em Cincinnati, para deleite dos apreciadores do bom tênis, Roger Federer se reencontrou com a vitória, encerrando um jejum de exatos dois anos sem um grande título. Ele levantou o troféu pela sexta vez, ao bater na final o competente David Ferrer, em um duelo marcado pelo contraste de estilos, que ressaltou ainda mais a plasticidade do jogo do suíço.

O resultado reabre uma questão decisiva para o equilíbrio do circuito: até quando o ex-número 1 do mundo vai permanecer em atividade? Pergunta que também poderia ser feita do ponto de vista de quem está nas arquibancadas ou à frente da televisão, sem perder importância: até quando teremos o privilégio de assistir ao vivo ao mais talentoso jogador da era profissional?

Aos 33 anos, é difícil decifrar os planos de Federer. É o maior vencedor da história, praticamente não tem mais recordes a perseguir e a cada dia precisa tirar um coelho maior da cartola para vencer rivais mais jovens, rápidos e fortes fisicamente. Fora das quadras, tem uma linda família, com a esposa Mirka e os quatro filhos, e dinheiro de sobra. Mas, competitivo que é, ainda parece ter metas pessoais dentro do circuito, além de grande prazer em acordar todos os dias e ir à quadra competir.

No ano passado, após despencar de produção, Roger chegou a cogitar a aposentadoria. Deixou claro que não aceitaria jogar apenas para estar no circuito e que a ele só interessava ser protagonista. Os fãs ficaram preocupados, mas em 2014 veio um esboço de reação. Federer recuperou parte do seu jogo e por muito pouco não quebrou o jejum de Grand Slam em Wimbledon, quando levou a final contra Novak Djokovic ao quinto set.

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O ex-número 1 continuou evoluindo no verão americano e, com boas performances, alcançou um nível que não se via em muito tempo. Agora, depois de pelo menos dois anos, o suíço revive a sensação de chegar a um Grand Slam como grande favorito. Ele não só foi o grande nome dos dois Masters 1000 que servem como preparação para o US Open, ao ficar com o vice em Toronto e levantar a taça em Cincinnati, como viu seus rivais viverem momentos delicados. Djoko perdeu duas vezes de forma precoce (e estranhas) e Rafael Nadal nem sequer entrou em quadra por falta de condições físicas.

Difícil cravar qual seria o significado de um eventual triunfo em Nova York para Federer. Por um lado, o 18º major pode ser uma grande motivação para seguir fazendo o que mais gosta na vida. Por outro, pode representar uma chance de ouro para encerrar com pompa uma carreira tão bela, o que é privilégio de poucos.

Quais sejam os planos de Federer após o US Open, a lógica nos faz esperar que sua carreira não se estenda por muito mais tempo. O circuito é absurdamente exigente e o tenista da Basileia, já veterano, precisará de cada vez mais esforço para se manter perto do topo. Quem sabe ganhemos mais uma ou duas temporadas.

Para quem admira acima de tudo a plasticidade do tênis, é tempo de apreciar ao máximo as últimas turnês do artista suíço, que continua a jogar por música e a tirar as mais belas notas quando empunha sua raquete.

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