Como decidir quem ocupa o último leito do hospital
Se o número de pacientes de Covid-19 nas unidades de terapia intensiva (UTI) suíças aumentar, os médicos em breve terão que decidir entre a vida e morte. Muitos idosos estão tomando eles mesmos a decisão da triagem, afastando-se dos hospitais e optando por morrer em seus asilos.
“Ninguém quer ter que tomar tal decisão”, disse Tanja Krones, chefe de ética clínica do Hospital Universitário de Zurique, ao semanário SonntagsZeitungLink externo. “Quem recebe medidas de suporte vital – e quem não recebe”.
Na semana passada Andreas Stettbacher, representante do governo para o Serviço Médico Coordenado, advertiu que se nenhuma ação for tomada, os leitos de UTI na Suíça durarão só mais 15 dias.
A Academia Suíça de Ciências Médicas formulou diretrizes sobre decisões de triagemLink externo: pessoas com mais de 85 anos devem receber apenas tratamento paliativo, por exemplo. Estas diretrizes deverão ser revisadas na próxima semana.
Entretanto, os próprios idosos geralmente não querem ir para os cuidados intensivos, especialmente aqueles que vivem em asilos, de acordo com o SonntagsZeitung.
“A maioria deles ainda pensa nas fotos da Itália com alas superlotadas. Isso é obviamente dissuasivo”, diz Alois Haller, médico chefe do centro de tratamento intensivo do Hospital Cantonal de Winterthur.
Tanja Krones adverte sobre o perigo de conselhos dados – ou de decisões tomadas – fora do hospital para não transferir pacientes para o hospital, também para proteger o sistema. “Agora que os hospitais estão cheios em algumas regiões, devemos trabalhar juntos para garantir que essa ‘triagem silenciosa’ não ocorra”, disse ela.
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