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Mais trabalhadores obrigados a trabalhar menos horas

Espera-se que a indústria de máquinas da suíça possa se recuperar após dois anos em queda Keystone

Um pequeno aumento do índice de desemprego na Suíça em 2016 ocultou o impacto do franco forte sobre os empregos. Quase 10% a mais dos trabalhadores foram obrigados a trabalhar menos horas para salvar seus empregos.

De acordo com dados divulgados pelo Secretariado de Estado da Economia (SECO), o índice de desemprego anual na Suíça subiu para 3,3% em 2016, um aumento de 0,1 ponto em relação ao ano anterior. Isso pode parecer insignificante em comparação com a média europeia de 9,8%, mas esconde o problema dos trabalhadores obrigados a compensar a perda financeira enfrentada pelos seus empregadores devido ao franco forte.

Um total de 6459 trabalhadores tiveram que reduzir suas horas de trabalho em outubro de 2016, contra 5981 em outubro de 2015, sinal de que certos setores da economia suíça – principalmente os exportadores – ainda sofrem da decisão do banco central suíço de acabar com a taxa de câmbio fixa com o euro em 15 de janeiro de 2015. Menos de duas semanas depois desta decisão, o governo permitiu que as empresas introduzissem um horário de trabalho reduzido – em que as pessoas trabalham menos horas e o Estado cobre o resto do salário com o fundo desemprego – na esperança de que isso ajudasse a preservar empregos.

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Desde 2008, quando o franco começou a valorizar em relação ao euro, o PIB suíço caiu em cerca de 20 bilhões de francos por ano. De acordo com os sindicatos, dezenas de milhares de postos de trabalho foram perdidos devido ao choque monetário que se seguiu à abolição do câmbio fixo com a moeda europeia. Particularmente sensível à concorrência mundial, a indústria suíça de máquinas tem visto o número de empregados cortado em 10% desde a valorização do franco, ao mesmo tempo, o emprego no mesmo setor na Alemanha cresceu 30%.

De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Staufen.Inova, três em cada quatro das 180 empresas suíças questionadas descreveram o franco alto como uma maldição para seus negócios e mais da metade ainda não superou as consequências. A maioria planejava melhorar a eficiência para enfrentar a perda dos negócios, mas uma empresa em três planeja realocar pelo menos uma parte de suas operações para o exterior para minimizar os custos.

Otimismo para 2017

O clima não é em todo sombrio. A pesquisa Staufen.Inova afirma que as empresas estão otimistas com relação a 2017, com quatro em cada dez contando com uma recuperação econômica na Europa e um dólar alto para melhorar suas linhas de fundo.

Os setores-chave da economia suíça deverão melhorar em 2017. De acordo com um relatório do Credit Suisse, as indústrias metal mecânica e elétrica – as que mais sofreram com a alta do franco – devem se recuperar pela primeira vez em dois anos.

A estabilização do franco suíço, bem como o crescimento nos países do mercado de exportação vai ajudar a parar a queda nesse setor. É improvável que a indústria de relógios cresça em 2017, já que os compradores de relógios devem ficar longe da Europa devido a ameaças terroristas. O setor do turismo deve retornar à estabilidade e poderá até crescer ligeiramente, enquanto as indústrias química e farmacêutica continuarão a florescer devido à demanda mundial por produtos de saúde.


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