Professores suíços querem melhores condições de trabalho
Um sindicato suíço lançou uma petição exigindo melhores condições para os professores, entre elas turmas menores. É o mais recente órgão a sinalizar o risco de burnout para os professores.
Estudos sobre a saúde dos professores na Suíça mostram resultados preocupantes, diz o Sindicato dos Servidores Públicos (SSP). “Muitos colegas estão se esgotando”, disse Katrin Meier, presidente do comitê de educação, formação e ciência, em um comunicado.
Segundo o SSP, há muitas razões para isso, mas as principais são a falta de recursos nas escolas, os cortes no orçamento da educação, classes muito grandes e aumento nas tarefas administrativas.
Para tentar combater esses problemas, o sindicato lançou a campanha “Vamos finalmente voltar a ensinar” exigindo classes menores, menos administração para os professores e mais respeito pela profissão.
Reação
As autoridades educacionais da Suíça admitem que os professores estão enfrentando grandes desafios no trabalho. O que mudou ao longo dos anos é que o conhecimento se atualiza mais rápido do que antes, explica Silvia Steiner. Steiner é presidente da Conferência Suíça dos Secretários Estaduais de Educação – os cantões (estados) são responsáveis pela educação na Suíça – e também secretária de educação do cantão de Zurique.
“E os pais têm expectativas mais altas e as crianças são ensinadas de maneira mais individual”, disse, em entrevista ao canal suíço SRF.
No entanto, a secretária de educação descartou uma das principais solicitações do sindicato, as turmas menores. “A demanda por classes menores, politicamente, nunca foi realmente aceitável para a maioria e isso continuará assim no futuro. O tamanho da classe é fixado por lei na maioria dos cantões.”
+ sobre o sistema educacional suíço
De acordo com a última pesquisa do órgão central de educação, o tamanho médio das turmas para as escolas em 2016/17 na Suíça ficou entre 23 e 25 alunos.
Em comparação, a média das turmas primárias nos países da OCDE em 2015 era de 21 alunos, aumentando para 23 nos últimos anos do fundamental, de acordo com o Panorama da Educação da OCDE de 2017.
Silvia Steiner acrescentou que os professores suíços eram muito ambiciosos e queriam o melhor para seus alunos, o que os colocava em risco de burnout.
Em termos do que deveria ser feito, a secretária de educação considera que já existem muitas ferramentas de aconselhamento disponíveis para os professores, mas que nem sempre eram adotadas. A conscientização precisava ser aumentada e os professores encorajados a procurar ajuda e reconhecer quando precisam dela.
Estafa
O risco de burnout com os professores tem sido muito discutido. No final de agosto de 2017, logo após o início do novo ano letivo, a Federação de Professores Suíços de Língua Alemã (LCH) e sua contraparte na parte francófona da Suíça, a SER, pediram mais medidas para proteger a saúde dos professores dentro e fora da sala de aula, incluindo ter acesso a suporte psicológico quando necessário.
As exigências foram feitas depois que um estudo encomendado pelo SER revelou que cerca de 40% dos professores pesquisados estavam “em uma situação de burnout”.
A Federação de Professores Suíços há tempos pede turmas menores e uma redução para 26 horas de aulas por professor, dizendo que tais medidas evitariam uma semana de trabalho de 55 horas, levando em conta a preparação e outras tarefas administrativas.
swissinfo.ch/fh
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.