Estudo revela influência limitada de grupos islâmicos internacionais na Suíça
As alegações de que os movimentos islamistas internacionais exercem influência significativa nas mesquitas e comunidades muçulmanas na Suíça são exageradas, revelou um estudo.
Enquanto redes internacionais e dinheiro de lugares como a Arábia Saudita ou o Catar ajudam na criação de estruturas na Suíça, tal influência tende a desaparecer à medida que as estruturas se tornam mais estabelecidas, de acordo com um estudo da Universidade de FriburgoLink externo.
O estudo analisou a influência de grupos e movimentos como a Irmandade Muçulmana, Wahhabismo, Tablighi Jamaat e Al-Ahbash com base no Líbano sobre sete comunidades muçulmanas em Lausanne, Zurique, Basileia, Berna e Delémont.
Enquanto os autores descobriram que todas as comunidades suíças pesquisadas tinham algum tipo de ligação com grupos transnacionais, a extensão se mostrou variada, e a influência estrangeira em geral diminuiu nos últimos anos.
Cenário de mudança
Os pesquisadores dizem que isso se deve em parte a uma supervisão crítica na esfera pública – inclusive na mídia – assim como a uma mudança geracional que viu muçulmanos mais jovens, bem educados e bem integrados visitarem as mesquitas, tendendo a ser menos tolerantes à influência de atores distantes.
A mesquita de Petit-Sacconex em Genebra, por exemplo, que no passado gerou manchetes negativas sobre suas ligações extremistas, mais recentemente tentou se distanciar da influência saudita e se adaptar mais à realidade local de seus membros.
O sistema federal suíço também desempenha um papel na minimização da influência estrangeira, disseram os pesquisadores: ao contrário da França e da Alemanha, não existe uma rede suíça de islamistas ou Wahhabis com o objetivo de difundir sua mensagem em nível nacional. Ao contrário, as mesquitas tendem a olhar para organizações locais ou cantonais para a coordenação e representação.
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