O quarto estudo de custo-benefícioLink externo realizado pelo Instituto Federal Suíço de Ensino e Formação Profissionalizante (SFIVETLink externo), publicado na terça-feira (26), revelou que a maioria das empresas com programas de aprendizagem achou mais barato formar os seus próprios trabalhadores qualificados do que contratá-los externamente.
O sistema dual de formação profissional da Suíça, que combina educação e aprendizagem em uma empresa anfitriã, é muitas vezes apresentado como um modelo para outros países. É a via seguida por quase dois terços dos jovens que terminam a escola obrigatória (nível fundamental), com idades compreendidas entre os 15 e os 16 anos.
As autoridades estão, assim, empenhadas em promover a importância dessa formação.
A disponibilidade dos empregadores de oferecer uma formação profissionalizante, no entanto, depende muito dos custos e benefícios associados à aprendizagem. A Secretaria de Estado da Educação, Pesquisa e Inovação (SERI), que encomendou o estudo, estima que apenas 40% das empresas oferecem esse tipo de formação e as dificuldades para oferecer a formação são maiores para as pequenas empresas (encontrar o formador certo, por exemplo).
Mais de 5.700 empresas com programas de aprendizagem e mais de 4.000 empresas sem programas de aprendizagem responderam à pesquisa online sobre o custo-benefício dos programas de aprendizagem. Foram pesquisados os cursos de três e quatro anos do Certificado Federal de Capacitação (CFC) para o ano de formação 2016/17 e, pela primeira vez, os novos cursos de dois anos do Atestado de Formação Profissional (AFP) (para profissões mais práticas que são geralmente exercidas por alunos mais fracos).
Os custos dependem do tipo de aprendizado
Os custos de uma aprendizagem foram, em média, de CHF 28.070 por ano. Isto incluiu os salários dos aprendizes – que são geralmente baixos – bem como os custos de recrutamento e de recursos humanos. Também foram incluídos equipamento e material.
O benefício para as empresas que oferecem uma formação profissionalizante foi, em média, de CHF31.240 por ano. No total, dois terços das empresas apresentaram um benefício líquido, mas as restantes gastaram mais em formação do que receberam de volta em benefício.
A razão para isso é que algumas profissões são mais caras para a formação do que outras: pintor de parede, por exemplo, é um aprendizado “mais barato” do que técnico em informática ou quem trabalha com máquinas de alta tecnologia ou complexas, como técnico de polimecânica. Ambos os trabalhos exigem muito treinamento extra, disse um artigo que acompanha o estudo. Mas depois, esses aprendizes acabam sendo contratados pelas empresas que os formam, por isso o investimento termina valendo a pena, explicou.
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