Grupo de pesquisa aponta racismo sistêmico na Suíça
Manifestação anti-racismo em Biel, setembro 2020.
Keystone / Adrian Reusser
Os negros na Suíça enfrentam discriminação diariamente, assim como sério perfilamento racial por parte da polícia, afirmou um grupo de trabalho das Nações Unidas.
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swissinfo.ch/ets, Keystone-SDA/dos
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Expert group criticises systemic racism in Switzerland
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Após uma missão de averiguação de dez dias, o grupo disse numa declaraçãoLink externo na quarta-feira que estava “preocupado com a prevalência da discriminação racial e com a situação dos direitos humanos das pessoas de ascendência africana na Suíça”.
Um documento de 59 pontos delineou os vários problemas enfrentados pelos negros no país, incluindo o que chamou de “relatórios chocantes de brutalidade policial e a expectativa de impunidade por má conduta policial, que se estende por décadas”.
Eles mencionaram especificamente o caso de Nzoy Roger Wilhelm, morto a tiros pela polícia em Morges no ano passado, bem como vários outros casos que representam o que eles chamaram de perfil racial, e para os quais faltam dados centralizados e um mecanismo de revisão independente.
O grupo também disse que o caso de Brian K – um criminoso violento reincidente altamente mediatizado, mantido em isolamento em Zurique – foi um “exemplo flagrante de racismo sistêmico na Suíça”.
O grupo de trabalho também criticou um “insuficiente reconhecimento” dos laços suíços com o colonialismo e o tráfico de escravos africanos, que diz estar diretamente ligado à riqueza moderna do país, notadamente através dos lucros obtidos pelos bancos e indústrias ligadas à escravidão no passado.
De 17 a 26 de janeiro, os membros do grupo viajaram pela Suíça e se encontraram com pessoas de ascendência africana, bem como com políticos, representantes da polícia, e grupos da sociedade civil.
E apesar da maioria da declaração ser negativa, o grupo listou várias “boas práticas e medidas positivas” tomadas para combater o racismo, incluindo medidas para criar uma instituição nacional operacional de direitos humanos.
Seu relatório final será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em setembro de 2022.
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