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Grupo na Suíça luta por acesso fácil à internet

Alexandre Hill-Maestrini (esq.) com outros membros do grupo Openwireless.ch em Riederalp em 2007. cortesia

Acessar a internet fora de casa não é fácil. Hoje as pessoas esperam estar 24 horas conectadas à internet e em qualquer lugar. Entretanto as cidades ainda não oferecem as conexões que os usuários desejam.

Encontrar um acesso gratuito à internet nas cidades mais parece a uma caça ao tesouro do que um simples gesto de ligar o smartphone ou laptop. Uma caminhada pelas ruas de cidades suíças usando um celular com acesso à internet sem fio pode revelar uma infinidade de redes, mas não espere encontrar muitas conexões livres, já que a maioria das redes sem fio estão chaveadas. Poucos proprietários de antenas de wifi estão dispostos a liberar o acesso para outras pessoas. As melhores chances de se conseguir uma ligação gratuita ainda são numa cafeteria ou em shoppings.

Pensando em mudar este cenário, como incentivador do grupo openwireless.ch de Berna, juntamente com o amigo e vizinho, o suíço Stefan Rovetto, importamos em 2005 a tecnologia de um grupo alemão. A ideia inicial era somente compartilhar o acesso wifi entre os vizinhos, dividindo o custo relativamente alto de uma conexão via cabo. Segundo Stefan, especialista em informática e redes sociais de Berna, “durante uma reunião do projeto na capital, pensou-se na criação de uma comunidade tecnológica para amigos copiando o sistema Freifunk da Alemanha”.

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Conexão sem fio ainda se mantém em casa

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Aparelhos conversam

O software livre do sistema alemão transforma as antenas de wifi, que antes funcionavam isoladas, em roteadores integrados em formato de rede mesh (em malha). Cada nó da rede representa uma antena ou computador e um nó serve a vários outros clientes numa determinada região. Assim os computadores dos “clientes” acessam a internet pelo roteador mais perto e expandem a própria rede. A inovação do Freifunk está no firmware, um software que faz as maquinas funcionarem, e neste caso as antenas ou roteadores, liberta as funções das antenas. No Freifunk os aparelhos ligados à internet conversam entre si e trocam informações sobre o caminho mais fácil para um “cliente” acessar a internet. Se um roteador perde a conexão com a internet, outro roteador de fora de sua área assume a função de dar acesso à internet para toda a rede.

Como o Freifunk demanda conhecimento técnico, o público alvo era composto quase que exclusivamente por pessoas interessadas na tecnologia sem fio. Pessoas que gostavam de trabalhar em projetos de informática em comunidade e de pessoas da vizinhança interessadas em compartilhar a internet. Em 2005, numa reunião do grupo de informáticos de Berna, eu assumiu o projeto mesh, mudamos o nome para openwireless.ch, registramos um domínio, lançamosum site de referência e várias pessoas aderiram à ideia.

O projeto que inicialmente foi idealizado pelo grupo de Berna para somente fornecer um acesso à internet às pessoas que desejavam verificar os e-mails fora de casa. Com a distribuição gratuita do novo software para antenas com o nome de openwireless.ch serviu para alavancar as estruturas sociais locais bernenses.

Sem fins lucrativos

A proposta dos participantes do grupo Openwireless.ch era montar uma organização sem fins lucrativos na comunidade com a finalidade de promover o acesso wifi livre e fazer parte de um movimento internacional de redes sem fio gratuitas. A ideia deu frutos em Berna e várias outras comunidades do país.

Em 2006, a notícia de que a iniciativa Openwireless.ch previa o acesso livre wifi se espalhou e o grupo começou a treinar pessoas em outras cidades do país como Zurique, Soloturn, Basileia, Olten, São Galo e a estação de esqui Riederalp. “O grupo também contribuiu numa forma de garantir um acesso mais democrático, já que muitas pessoas não tem internet com conexão própria ou estão fora de casa”, declarou Stefan à swissinfo.ch.

As comunidades da internet ajudaram a disseminar a ideia além das fronteiras. Em 2007, após eu traduzir o software livre e de código aberto Freifunk do alemão para o português várias redes surgiram em outros países de língua portuguesa, em Portugal e no Brasil. Cada dia mais e mais voluntários estão trabalhando em suas próprias redes e fornecendo conexões de internet para redes sem fio livres e fazendo parte de uma comunidade global para o desenvolvimento de software livre e de código aberto.

Uma rede sem fio livre e gratuita é aberta para uso de todos e compatível com o Acordo Pico Peering (PPA). Aspecto central do PPA é a explicação que cada indivíduo deve colocar alguns de seus próprios recursos de rede disponíveis para fornecer transferência de dados sem alteração através de sua própria célula. Numa rede em malha (mesh) os aparelhos pessoais se combinam para formar uma rede cada vez maior.

Declínio

O declínio das redes livres, que sonhavam em liberar o acesso para smartphones e tablets, veio em 2010. Isso se deu com a chegada das operadoras de telefonia celular oferecendo as tecnologias 3G com baixo custo, praticidade e utilizando as redes de telefonia móveis para acesso à internet. Apesar desta modernização das telecomunicações, as comunidades continuam vivas.

Atualmente, tanto o Freifunk alemão quanto o Openwireless suíço foram substituídos por novas tecnologias e softwares mais atualizados. Em 2013, quem ainda organiza estes tipos de redes comunitárias e livres via rádio (wifi) utiliza firmwares mais modernos. A versão kamikaze do firmware da comunidade openwrt.org é um sucesso internacional e hoje o mais usado na montagem de redes livres sem fio.

Na Suíça,

86.6% das páginas são lidas na internet através de um computador

7,9% utilizam um telefone celular

5,2% utilizam um tablet

0,3% declaram utilizar outros recursos

Mais de vinte por centros dos britânicos, irlandeses e russos preferem utilizar o celular para ter acesso à internet.

Europeus utilizam seus smartphones mais de 50% do tempo para acessar serviços como e-mail, previsão de tempo ou redes sociais.

Fonte: comScore

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