Mudança na chefia do Credit Suisse
O presidente-executivo do Credit Suisse, Brady Dougan, anunciou que irá se retirar no fim de junho após oito anos na chefia da segunda maior instituição bancária do país. Ele será substituído por Tidjane Thiam, atualmente executivo-chefe da seguradora britânica Prudential.
Nascido na Costa do Marfim, Tidjane Thiam foi educado na França, onde também completou seus estudos. Após vários anos trabalhando para a consultoria McKinsey, ele retornou ao país dos pais para trabalhar em vários postos governamentais, dos quais o último foi como ministro de Planejamento e Desenvolvimento. Depois retornou à McKinsey.
De 2002 a 2008 teve vários postos executivos na companhia de seguros Aviva até entrar na Prudential como diretor financeiro. Depois foi nomeado diretor-presidente da empresa em 2009. Aos 52 anos, Tidjane Thiam é tem a dupla cidadania francesa e costa-marfinense. Ele fala inglês, francês e alemão.
“Com Tidjane Thiam, teremos no comando do nosso banco um líder respeitado e destacado, com uma atuação de bastante sucesso na indústria global de serviços financeiros”, comentou o presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Urs Rohner, no comunicado enviado hoje à imprensa.
Brady Dougan começou a trabalhar no Credit Suisse First Boston em 1990. O americano foi nomeado membro da diretoria global do Credit Suisse Group em 2003. Quatro anos depois foi indicado para a presidência do banco.
“Tenho orgulho pelo trabalho realizado pela diretoria e todos os colaboradores do Credit Suisse durante os vinte e cinco anos de atividade no banco, especialmente durante os oito anos como CEO”, ressaltou Dougan.
Um dos poucos que sobreviveu à crise
O futuro ex-chefe do Credit Suisse é um dos poucos dirigentes de grandes bancos a ter sobrevivido à crise financeira. Durante várias ocasiões sua demissão foi objeto de especulação por parte da imprensa. Há pouco, Dougan também enfrentou críticas pesadas no ano passado, quando o banco suíço pagou uma multa recorde de 2,5 mil milhões de dólares nos Estados Unidos, por ajuda à evasão fiscal.
Brady Dougan estudou economia na Universidade de Chicago, onde também fez um MBA. Sua carreira em bancos começou na área de produtos derivados do Banker Trust antes de passar para o Credit Suisse First Boston.
Ao chegar ao cargo de comando no Credit Suisse, alguns observadores o denominaram “o mais suíço dos banqueiros americanos”.
Analistas consideravam que Dougan defendeu mais tempo do que o necessário a estratégia de banco integrado, especialmente protegendo o setor de investimentos, unidade na qual o americano, fiel aos amigos, ainda conta com muitas pessoas de confiança. Porém foi exatamente esse setor que mais pesou nos resultados do Credit Suisse e a evolução do título na bolsa foi, consequentemente, bastante penalizada.
Em uma entrevista ao um jornal suíço, ele declarou que “enquanto o conselho de administração não pedir mudanças, continuarei no posto”.
Em fevereiro, o americano anunciou cortes de despesas para fazer face ao impacto da valorização do franco helvético e da pesada multa paga nos Estados Unidos. Dentre as medidas: redução em 25% dos salários dos dirigentes, 20% para as bonificações e a deslocalização de empregos para zonas mais baratas. O objetivo seria poupar 200 milhões de francos suíços até finais de 2017.
O Credit Suisse teve uma queda de aproximadamente 10% dos lucros líquidos no ano passado.
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