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Número de vítimas de tráfico humano continua a crescer na Suíça

Migrantes em uma área de controle de fronteira na Suíça
A FIZ argumenta que, quando as rotas de fuga são seguras e existem caminhos legais para a migração, é menos provável que as pessoas sejam vítimas de tráfico humano. © Keystone / Gian Ehrenzeller

Ao todo, 822 pessoas solicitaram assistência em 2022 ao FIZ, um grupo de defesa e apoio a mulheres migrantes e vítimas de tráfico com sede em Zurique. Dessas, 375 eram vítimas de tráfico humano.

Os números representam um aumento em relação aos anos anteriores, disse o grupo em seu relatório anualLink externo, divulgado na segunda-feira. Ele culpou em parte “o regime de migração europeu e a política suíça para estrangeiros” pela tendência. Em 2021, o grupo registrou 289 pessoas como tendo sido traficadas.

A guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, mostra que quando as rotas de fuga são seguras e existem caminhos legais para a migração, as pessoas têm menos probabilidade de serem vítimas do tráfico de pessoas, disse o FIZ. Cerca de sete milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças, foram deslocadas dentro da Ucrânia ou fugiram para outros países europeus, incluindo a Suíça.

+ Por que as vítimas de tráfico precisam de melhor proteção

Dois terços das pessoas que o FIZ apoiou no ano passado haviam sido exploradas na Suíça. Entre os migrantes que procuraram ajuda, um terço era da América Latina e do Caribe e um quarto da Europa. Quase 35% eram profissionais do sexo, enquanto cerca de um quarto era vítima de violência doméstica ou exploração.

O FIZ disse ter recebido um número maior de solicitações de vítimas do sexo masculino e de vítimas de exploração de trabalho.

O grupo argumentou que a “fortaleza” da zona Schengen na Europa torna a migração legal impossível para pessoas de outros países e as força a uma situação de dependência. O acordo de Dublin, segundo o qual os migrantes podem solicitar asilo apenas no primeiro país onde se registram, está fazendo com que as vítimas sejam enviadas de volta às mãos de seus agressores, acrescentou o FIZ.

O FIZ também alegou que a lei suíça sobre estrangeiros não protege suficientemente as vítimas de violência doméstica, uma vez que a residência no país geralmente está vinculada à permanência com o cônjuge, mesmo em casos de abuso doméstico.

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Missão: resgatar vítimas do tráfico de seres humanos

Este conteúdo foi publicado em Ele e seu parceiro de trabalho no Brasil, Marco Aurélio de Souza, lidam todos os dias diretamente com casos inimagináveis e colecionam horrores. O Projeto Resgate é uma associação sem fins lucrativos sediada em Zurique que acolhe as vítimas de tráfico resgatadas no continente europeu, oferece esconderijo, tenta conseguir retorno ao Brasil. A associação tem…

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