O relógio marcou exatamente 123 minutos quando o juiz apitou ontem o final da Eurocopa 2016 e a vitória de Portugal contra a anfitriã França por 1 a 0. A festa na Suíça então começou...
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Alexander Thoele é de origem alemã e brasileira e ingressou na swissinfo.ch em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, concluiu seus estudos de jornalismo e informática em Brasília e Stuttgart.
No Stade de France os jogadores choraram de emoção e os torcedores vibraram com a primeira conquista da seleção portuguesa de sua história. O país já havia sido vice-campeão da Eurocopa em 2004, quando, em casa, perdeu para a Grécia na final.
Em toda a Suíça imigrantes portugueses saíram às ruas para comemorar a vitória. Na Langstrasse, conhecida rua de Zurique, chegou a ser bloqueada pela polícia para que milhares de pessoas festejassem com fogos de artifício, música e bandeiras vermelhas e verdes, as cores nacionais de Portugal. Em Neuchâtel centenas de torcedores assistiram ao jogo no estádio la Maladière e depois festejaram por toda a cidade em cortejos de veículos. O Carrefour de Rive, em Genebra, foi tomado por uma multidão ruidosa e alegre. Não só nos espaços urbanos, mas também nos vilarejos no campo haviam manifestações.
Os jornais suíços notaram a presença portuguesa no país em artigos e fotos. Não é por nada: os portugueses são a terceira maior comunidade estrangeira do país. Segundo a Secretaria Federal de Estatísticas (BFS, na sigla em alemão), 268.067 portugueses viviam na Suíça até o final de 2015, o que corresponde a 13,1% da população estrangeira. A imigração tem sido constante nos últimos cinco anos a uma média de 12 mil novos imigrantes a cada ano.
Segundo um estudo da Secretaria Federal de Imigração (BFM), a imigração portuguesa à Suíça começou só nos anos 1980 a partir de uma convenção administrativa assinada entre os dois países. Hoje a comunidade portuguesa é formada por uma população jovem, concentrada em sua grande parte nos cantões de lingua francesa. Porém cantões como os Grisões e o Valais, com sua forte atividade turísticas, também concentra fortes comunidades.
Em alguns locais da Suíça a comunidade portuguesa é tão grande que chega a ser quase metade da população. Uma delas é Täsch, no cantão do Valais, onde vivem 1.200 pessoas, das quais pouco mais de 600 vêm de Portugal. Em 2010 a swissinfo.ch publicou um perfil dessa localidade para abordar questões como a integração e a importância econômica e social de estrangeiros.
Até hoje, os portugueses são vistos como uma contribuição importante à vida de Täsch. “Ao contrário do passado, eles não vêm mais para trabalhar por uma estação, mas permanecem realmente no munício, compram casas e abrem negócios”, declara Mario Fuchs, presidente do conselho comunal, uma espécie de prefeito. Porém considera que a integração ainda leva algum tempo. “Existe uma aceitação e respeito mútuo entre os portugueses e os habitantes locais, mas ainda podemos melhorar em alguns aspectos como o aprendizado do idioma e nos contatos sociais”.
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O vilarejo suíço em que se fala português
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Em Täsch, o convívio muitas vezes não é fácil. Porém iniciativas de integração lançadas pelo governo, a população local e os próprios imigrantes mostram que é possível encontrar um equilíbrio. O Matterhorn é o símbolo da Suíça. Ao sopé dessa montanha piramidal coberta de neve está Zermatt. Milhares de turistas vindo de todas as partes…
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