Dos 239 incidentes onde as vítimas procuraram aconselhamento no ano passado, 47 aconteceram no trabalho. O percentual é praticamente idêntico ao do ano anterior. Em comparação, houve menos incidentes racistas em público, mas um aumento de casos na esfera privada.
“Abuso verbal e tratamento degradante e são as formas mais comuns de discriminação”, explica a Comissão Federal contra o Racismo, órgão consultivo do governo suíço.
Quanto aos motivos, a xenofobia e o racismo contra os negros são os mais citados no relatório.
Os autores do estudo também incluem 53 casos de comportamento contra muçulmanos, um aumento de 11% em comparação com 2014.
Exemplos
O relatório dá exemplos concretos de discriminação, principalmente um caso em uma pequena cidade, sem citar o nome, onde um negro foi insultado e espancado pela polícia.
Outro caso destacado no relatório trata de alunos que insultaram uma professora por ser muçulmana. A vítima procurou assistência da direção da escola, mas sentiu que não estava sendo levada a sério.
Um outro incidente envolveu um político local que descreveu os refugiados sírios e eritreus como provenientes de “países com um quociente de inteligência baixo”.
Os relatores ressaltam que os números não dão uma visão completa de todos os incidentes de discriminação racial, em parte porque nem todas as vítimas chegam a buscar ajuda por várias razões.
Os dados foram coletados por 18 serviços que participam na pesquisa anual. A rede foi criada pela Comissão Federal contra o Racismo e a humanrights.ch, uma plataforma de informação criada em 2005 por organizações não-governamentais para impulsionar os direitos humanos na Suíça.
O número de casos registrados de vítimas que procuram aconselhamento passou de 87, em 2008, para 239 em 2015, enquanto que os serviços de ajuda aumentaram de cinco para 18 no mesmo período.
Adaptação: Fernando Hirschy
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