Os estudantes suíços mostram sua cara
Existem quase 200 mil estudantes universitários na Suíça. O que se sabe de suas origens e como eles se viram para se sustentar?
No final de novembro, o Departamento Federal de Estatística publicou sua última pesquisa sobre a situação social e econômica dos alunos – um estudo realizado quatro vezes desde 2005. Foram entrevistados estudantes de uma amostra representativa de cerca de 26 mil alunos em toda o espectro acadêmico suíço – em universidades, universidades de ciências aplicadas (UCA) e universidades de formação pedagógica (UFP) – sobre suas vidas e finanças.
No total, eram 199.145 pessoas matriculadas nessas universidades durante o ano letivo 2015-2016.
As mulheres constituíam 52% do corpo estudantil suíço. A maior porcentagem de mulheres (73%) foi encontrada nas universidades de capacitação. Deve-se notar que o número de estudantes do sexo feminino caiu no pós-doutorado (os doutores não foram abordados no estudo), muitas vezes devido à pressão de combinar a família com a vida acadêmica.
A idade média de um aluno na universidade suíça é de 25,1 anos, mas ela aumenta nas instituições de ciências aplicadas (26,1) e entre professores estagiários (29). Os motivos para isso, segundo o departamento de estatística, é que aqueles cursando ciências aplicadas ou em instituições pedagógicas muitas vezes estudam e trabalham, ou estão mudando de carreira.
Os universitários suíços provavelmente seguirão os passos dos pais, já que mais da metade tem pelo menos um dos pais com uma qualificação acadêmica.
Os especialistas dizem que apenas 20% dos alunos passam no “matura” (bacharelado, ou vestibular), o diploma escolar necessário para a universidade, e isso significa que o ingresso na universidade é muito seletivo em comparação com outros países. Por exemplo, quase 72% dos alunos com idade entre 16 a 18 anos continuam sua educação em tempo integral no Reino Unido.
Dos 30% dos estudantes com origens estrangeiras, quase metade deles (14%) vem para a Suíça depois de obter sua qualificação de entrada na universidade. Mais 6% são migrantes de primeira geração, e 10% são de segunda geração, tendo nascido na Suíça.
Os pesquisadores estimam que os estudantes na Suíça têm uma média de CHF 2.048 (US$ 2.072) por mês à sua disposição.
Eles gastaram uma média de CHF1.737 por mês no semestre de primavera de 2016. Obviamente que o fator principal a se considerar era se o aluno ainda vivia em casa. E as taxas de matrícula ainda são muito baixas em comparação com muitos outros países. A taxa universitária média paga por cada universitário no semestre de primavera de 2016 foi de CHF 901 (algumas universidades cobram mais para estudantes estrangeiros).
A pesquisa também queria saber detalhes sobre mobilidade estudantil. Isso significa um período de estudo em outra instituição de ensino superior de pelo menos um semestre – excluindo-se aqueles tirando um diploma no exterior ou em paralelo em mais de uma instituição.
Dos estudantes suíços que estiveram em um semestre de intercâmbio, 71% foram para fora da Suíça. Os principais motivos pelos quais os alunos não foram para o exterior foram as finanças, a falta de interesse ou o tempo necessário para organizar tudo, além da preocupação de que seus estudos seriam prolongados ou não se encaixariam com seu trabalho remunerado.
Adaptação: Eduardo Simantob
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