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Notícias do Brasil, Portugal e África lusófona

O que diz a imprensa suíça?

barras de chocolate em uma esteira
Barras de chocolate recheadas com nozes e passas em uma esteira transportadora na fábrica de chocolate Cailler (Nestlé) em Broc, Suíça, em 6 de novembro de 2018. (KEYSTONE/Gaetan Bally) Keystone

Nesta semana, de 2 a 8 de dezembro, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

Portuguesa se torna delegada de igualdade de gêneros em St.Gallen

Tatiana Pinto Cardoso, uma jovem de 28 anos de origem portuguesa e com passaporte suíço, ocupa o cargo de Delegada de Igualdade de Gênero na cidade de St.Gallen, buscando promover a inclusão e diversidade na cidade. Ela defende a igualdade salarial, direitos iguais para todos, incluindo pessoas com deficiência, e reconhecimento para mulheres que pausam suas carreiras por responsabilidades familiares. Cardoso também apoia medidas como tempo partilhado de responsabilidades familiares e adoção para casais do mesmo sexo e pais solteiros.

No departamento de Assuntos Sociais, ela trabalha com temas de família, crianças e gênero, e, embora não possa implementar mudanças diretas, esforça-se para influenciar políticas através do diálogo. Cardoso está envolvida em diversas iniciativas, como a adaptação de banheiros para todos os gêneros no teatro local e o desenvolvimento de espaços públicos acessíveis e seguros para uma sociedade diversa.

Crescida em um ambiente multicultural e enfrentando desafios de identidade, Cardoso valoriza suas origens e utiliza sua experiência como vantagem em seu trabalho. Ela mantém um forte vínculo com a educação, lecionando na Universidade de Ciências Aplicadas do Leste da Suíça e integrando questões sociais em suas aulas. Atualmente, candidata-se a um cargo político pelo Partido Socialista (SP, na sigla em alemão), participa de organizações focadas em diversidade e celebra sua herança cultural por meio da dança folclórica e apoio ao futebol local.

Fonte: Tagblatt.chLink externo, 07.12.2023 (em alemão) 

UE enfrenta o fim do Mercosul

O acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, em negociação há mais de 20 anos, enfrenta incertezas. As preocupações ambientais e políticas, especialmente relacionadas ao desmatamento na Amazônia e à situação dos povos indígenas, causaram atrasos, especialmente durante o mandato do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

A guerra na Ucrânia intensificou as tensões geopolíticas, levando a uma nova tentativa de avançar o acordo com foco na proteção ambiental. No entanto, a resistência cresce na Europa, com a França, liderada por Macron, expressando preocupações sobre os impactos nos agricultores locais e a compatibilidade com os esforços de neutralidade climática da UE. Na Argentina, mudanças políticas e atrasos na decisão sobre o acordo complicam ainda mais a situação.

Um possível fracasso do acordo da UE-Mercosul afetaria a Suíça, que, juntamente com os países da EFTA, aguarda a conclusão deste acordo para decidir sobre sua própria posição. A agricultura suíça é cética quanto ao livre comércio agrícola, e um fracasso do acordo da UE poderia influenciar o clima político na Suíça, afetando a independência da EFTA nesta questão. Apesar disso, a Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos da Suíça (Seco) busca concluir seu próprio acordo com o Mercosul o mais rápido possível.

Fonte: Urner ZeitungLink externo, 05.12.2023 (em alemão) 

China, Índia e Brasil: Nestlé cresce nos próximos anos

Nestlé planeja expandir significativamente seus negócios nos mercados emergentes da China, Índia e Brasil nos próximos anos. A multinacional suíça está focando no crescimento do seu segmento de café na China e na Índia, dois dos países mais populosos do mundo, onde o consumo de café está aumentando. Até 2025, a Nestlé também planeja investir mais de um bilhão de francos suíços no Brasil.

Enquanto os Estados Unidos permanecem o mercado mais lucrativo da Nestlé, com receitas de 30 bilhões de francos suíços, a China e a Índia apresentam oportunidades significativas de crescimento. Na China, a Nestlé faturou 5,8 bilhões de francos, enquanto na Índia, o faturamento foi de dois bilhões. O foco na Ásia se deve ao baixo consumo per capita de café, oferecendo um grande potencial de mercado.

No Brasil, o terceiro mercado nacional mais importante da Nestlé em 2022, a empresa planeja investir em diversas áreas, incluindo a construção de uma nova fábrica para sua divisão de produtos para animais de estimação, Purina, e a expansão da produção de confeitaria. Estes investimentos, que somam mais de um bilhão de francos suíços, são parte de um esforço para impulsionar o crescimento dos negócios e incorporar novas tecnologias.

Fonte: konsider.chLink externo, 04.12.2023 (em alemão) 

Lula: América do Sul não é responsável pelo possível fracasso do acordo de livre comércio com a UE

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em uma conferência em Dubai, enfatizou que a América do Sul não deveria ser responsabilizada pelo possível fracasso nas negociações de um acordo de livre comércio entre a Europa e a América do Sul. Ele fez essas declarações antes de se dirigir para Berlim para um encontro bilateral com o governo alemão, o primeiro em oito anos. Esse encontro visava discutir o acordo de livre comércio entre o Mercosul, um bloco econômico sul-americano, e a União Europeia (UE), que abrangeria mais de 700 milhões de pessoas.

As negociações entre a UE e os países do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – já duram mais de 20 anos. Um acordo preliminar alcançado em 2019 não progrediu devido a preocupações ambientais, especialmente a proteção das florestas tropicais. A comunidade empresarial alemã, presente no Fórum Econômico Brasil-Alemanha em Berlim, anseia por uma conclusão rápida do acordo, que também contou com a presença do chanceler alemão Olaf Scholz e de Lula.

Contudo, a oposição ao acordo foi manifestada pelo presidente francês Emmanuel Macron durante a COP28. Macron criticou o acordo por não abordar adequadamente questões de biodiversidade e clima. Lula reforçou a necessidade de um equilíbrio nos termos do acordo, salientando que os países ricos frequentemente procuram ganhar mais sem fazer concessões significativas.

Fonte: watson.chLink externo, 04.12.2023 (em alemão) 

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 8 de dezembro. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

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