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Câncer de mama ataca mulheres cada vez mais jovens

O fotógrafo suíço Guillaume Perret ganhou o primeiro prêmio da Swiss Press Photo 2018 com sua série de fotos de uma mulher portadora de câncer de mama Guillaume Perret

O câncer de mama, a principal causa de morte entre mulheres de 40 a 50 anos, está afetando mulheres cada vez mais jovens. A campanha de prevenção Outubro Rosa, que começou na terça-feira, destaca esta nova tendência. Se o fenômeno continua raro, o diagnóstico pode ser adaptado, diz Alexandre Bodmer, médico responsável pelo Centro de Tratamento Mamário do Hospital Universitário de Genebra (HUG).

O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres dos países ocidentais: uma em cada nove mulheres sofrerá da doença durante sua vida. Na Suíça, quase 6000 novos casos são diagnosticados a cada ano.

A maioria dos cânceres de mama afeta mulheres com mais de 50 anos de idade, mas 20% das pacientes não atingiram os 50 anos de idade no momento do diagnóstico. O número de casos aumenta 1,8% ao ano para as mulheres de 20 a 39 anos, enquanto o aumento anual é de 0,5% para as mulheres de 40 a 49 anos, segundo estudo do Instituto Nacional de Epidemiologia e Registro do Câncer, abrangendo o período 1996-2009. Esta tendência também é observada em estudos europeus e americanos.

Conteúdo externo

Alexandre BodmerLink externo, médico do departamento de oncologia do HUG, é um dos autores do estudo. Ele apontou que o aumento observado foi pequeno. Ele não deve se tornar inquietante, mas deve encorajar os pesquisadores a encontrar a causa.

swissinfo.ch: Quais são as possíveis explicações para o aumento do câncer de mama entre as mulheres jovens?

Alexandre Bodmer: Há fatores relacionados ao nosso estilo de vida, como o aumento do excesso de peso em nossa sociedade, a consequente diminuição da atividade física ou do consumo de tabaco.

Em nossa sociedade, as mulheres também tendem a ter seus primeiros ciclos menstruais cada vez mais jovens, enquanto a primeira gravidez ocorre cada vez mais tarde. Assim, o chamado período de impregnação hormonal é prolongado. Um fenômeno que é um fator de risco. A amamentação desempenha um papel protetor contra o câncer de mama, mas hoje em dia é praticada por um período de tempo mais curto.

As explicações também se encontram no nosso meio ambiente. Os derivados plásticos, como o bisfenol ou o parabeno, são substâncias que influenciam o nosso sistema hormonal e representam um risco. No entanto, estão em todo o lado à nossa volta, nos nossos alimentos, em recipientes de plástico para aquecer os nossos alimentos no micro-ondas, em garrafas de plástico ou em cosméticos. Eles já podem ter uma influência sobre a criança durante a gravidez, produzindo efeitos na idade adulta.

Outra foto da obra de Guillaume Perret, que acompanhou uma mulher com câncer de mama Guillaume Perret

Nestas condições, como podemos nos proteger?

Sempre que possível, é aconselhável evitar colocar alimentos quentes em recipientes plásticos ou colocá-los no micro-ondas, pois essas diferenças térmicas podem causar a passagem de substâncias nocivas através de nossos corpos. Algumas mamadeiras para crianças com menos de três anos de idade contendo bisfenol já foram proibidas.

“Deveríamos pensar em voltar a coisas mais naturais”
Alexandre Bodmer

Em geral, aconselho a escolher alimentos de origem orgânica e a favorecer pratos caseiros, em vez de pratos prontos, processados. Eu optaria também por um consumo moderado de carne e peixe, porque se trata de alimentos que podem conter poluentes e hormônios. Cuidados também devem ser tomados com produtos de limpeza, de lavar roupa e detergentes que contenham bisfenol. São muitas coisas, mas podemos pensar em voltar a coisas mais naturais.

As medidas de prevenção devem ser adaptadas, com um exame sistemático para as pacientes mais jovens?

O número de jovens mulheres doentes não é suficiente para que um programa de exames em grande escala seja eficaz. Como os seios são mais densos, uma mamografia ou ultra-som em uma paciente jovem pode não detectar a doença ou revelar algo que não seja câncer. Isso levaria a mais ansiedade e exames adicionais. No entanto, poderíamos estabelecer uma avaliação de risco para cada paciente, levando em consideração a história familiar e outros fatores. Assim, um programa de exames adequado poderia ser estabelecido para mulheres de alto risco.


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Adaptação: Fernando Hirschy

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