Segurança alimentar não é um dado adquirido, diz responsável da agricultura suíça

Colheita da beterraba em Aargau, Suíça. © Keystone / Christian Beutler

Um alto funcionário da agricultura diz que o risco de escassez de alimentos, embora atualmente não seja urgente, é subestimado na rica Suíça.

A Suíça, que importa 50% de seus alimentos, ainda está em boa forma apesar da escassez internacional de alimentos e do aumento dos preços, disseLink externo o diretor do Departamento Federal de Agricultura aos jornaisLink externo do grupo Tamedia na quarta-feira.

No entanto, a “posição confortável” se deve em grande parte ao poder de compra atual do país nos mercados globais. “Não é um dado adquirido que a mesa esteja sempre tão bem servida na Suíça”, disse Christian Hofer. Como exemplo, ele apontou a pandemia de Covid-19, quando dificuldades na cadeia de abastecimento levaram ao desaparecimento de produtos básicos como farinha nas prateleiras dos supermercados.

Hofer também disse que a mudança climática e o crescimento da população na Suíça tornaram a tarefa da segurança alimentar mais difícil no futuro.

Para aumentar a autossuficiência, ele disse que a produção doméstica de alimentos deve continuar a ser promovida, inclusive para o cultivo de culturas e vegetais para serem consumidos pelo homem; atualmente, 30% das terras agrícolas suíças são utilizadas para o cultivo de culturas, e 60% dessas culturas são então destinadas a serem utilizadas como ração animal.

Hofer acrescentou que um terço dos alimentos na Suíça continua a ser desperdiçado, e que a correção disto, além de mudar os hábitos alimentares e comer menos, seria em teoria capaz de levar o nível de autossuficiência a quase 100%.