Os números do relatório preparado para o Conselho da Europa mostram que, em 2017, mais de 250 reclusos por 10.000 habitantes fugiram na Suíça. A taxa era muito menor nos países vizinhos: na França, cerca de 88 por 10.000 presos, na Alemanha 61 e na Áustria 30.
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De acordo com Marcelo Aebi, da Universidade de Lausanne, um dos autores do relatório, o alto número de fugitivos é devido ao fato de que a Suíça – assim como os países escandinavos – dá grande ênfase à detenção aberta e semiaberta para ajudar os prisioneiros a se ajustarem à liberdade quando a detenção termina.
Aebi acrescenta que os países que confiam bastante nas prisões abertas e na reintegração geralmente têm uma taxa menor de presos em geral. As taxas de reincidência também são menores nesses países e a ressocialização de criminosos é mais bem-sucedida.
“Países que têm um sistema prisional muito restritivo, sem detenção aberta, têm uma taxa média de reincidência de cerca de 50% a longo prazo”, diz Aebi.
Em países com sistema prisional aberto, a taxa de reincidência entre adultos, medida em termos de novas condenações, é de 38%, mostra o estudo.
Fugas clássicas em declínio
Mas os dados sobre os condenados fugitivos também mostram que as fugas “clássicas” das prisões – ou seja, as de presídios fechados – estão caindo drasticamente na Suíça.
Em 2010, 24 prisioneiros fugiram das prisões suíças fechadas. No ano passado, apenas seis conseguiram. As fugas de prisões abertas variam muito de ano para ano. Em 2012, por exemplo, 250 prisioneiros fugiram, enquanto que em 2017 foram 170 fugitivos.
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