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Suíços do estrangeiro contra cortes na swissinfo

Reunião no Parlamento cantonal em Lucerna. swissinfo.ch

O Conselho dos Suíços do Estrangeiro manifestou-se contrário ao planejado corte de recursos na swissinfo. Ao mesmo tempo, o órgão pede ao governo federal mais recursos para manter a revista Schweizer Revue. Uma preocupação geral é "o crescente descaso das autoridades" para a comunidade helvética no exterior.

Com grande maioria – quatro votos contrários dados por representantes da União Democrática do Centro (partido da direita conservadora) – foi aprovada pelo Conselho dos Suíços do Estrangeiro em Lucerna uma resolução.

Esta reivindica da SRG SSR idée suisse (Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão) a aplicação integral do mandato da swissinfo.ch . Concretamente, o conselho se opõe ao corte anual de orçamento da swissinfo.ch na ordem de 7 milhões de francos

Ao contrário da mídia nacional, a swissinfo.ch informa sobre acontecimentos no país através de outros idiomas e “não de uma perspectiva regional, mas sim supra-regional”, escreve o conselho. Por isso, seus representantes defendem a existência da plataforma multilíngüe na internet deve “dispor de recursos suficientes de dinheiro e pessoal”.

Maioria defende revista impressa

Também sem oposição foi aprovada outra resolução de defesa da Schweizer Revue, a revista oficial da Associação dos Suíços do Estrangeiro. Para 2009, o Ministério suíço das Relações Exteriores (EDA) havia cortado o orçamento em 500 mil francos.

O governo justificou sua medida por necessidades de economia e por acreditar que os suíços do estrangeiro podem continuar a ser informados através do formato eletrônico da revista, ou seja, sem custos de impressão e de envio.

A maioria da comunidade helvética fora das suas fronteiras defende o formato impresso. Até o final de julho de 2009, apenas 14 mil suíços do estrangeiro registrados – 3,5% do total – informaram desejar receber a Schweizer Revue eletrônica.

Devido aos cortes, a ASO foi obrigada a diminuir as edições anuais da revista de seis para quatro. A volta ao ritmo bimensal só poderia ocorrer com um acréscimo de 300 mil francos ao orçamento destinado à publicação.

A resolução pede, neste sentido, aumento do orçamento por parte do governo. “Isso permitirá termos mais uma vez seis exemplares por ano”.

Suíça não tem política de emigração

De uma forma geral, o conselho mostrou-se preocupado com “o crescente desengajamento do governo federal”. Com isso, vários consulados teriam sido fechados no exterior e o orçamento das escolas suíças foi continuamente colocado em questão.

“Não é aceitável que a comunidade cada vez maior de concidadãos vivendo no exterior seja tratada com descaso”, declarou Jacques-Simon Eggly, presidente do Conselho dos Suíços do Exterior. “A Suíça tem uma política de imigração, mas não tem uma de emigração.”

Markus Börlin, chefe do departamento político do Ministério das Relações Exteriores concorda que o trabalho entre o governo e a ASO “não tem funcionado sem atritos”. Porém o alto funcionário acredita que “existe espaço para novas idéias”, acrescentando, porém, que estas estão obviamente limitadas devido às conseqüências da crise financeira para o orçamento federal.

Como passo adiante, Jacques-Simon Eggly considerou a nomeação de Jean-François Lichtenstern para o cargo de chefe do serviço voltado para os suíços do estrangeiro. Até então, Lichtenstern era cônsul-geral em São Francisco, Estados Unidos.

“Para mim a nomeação significa um alivio e um reforço dos recursos no nosso departamento”, justifica Börlin.

Membros para 2013 eleitos

Sem grandes discussões, o conselho aprovou o novo quadro do órgão para o período de 2009 até 2013 e a proposta da presidência de 20 membros residentes na Suíça.

Também a eleição da nova presidência para o mesmo período ocorreu sem contrapropostas.

Andreas Keiser, Luzern, swissinfo.ch

Aproximadamente 670 mil suíços vivem no exterior.

Dois terços têm sua residência em países europeus.

Três quartos têm dupla nacionalidade.

De 6 a 8 de agosto, cerca de 400 suíços do estrangeiro encontram-se em Lucerna. O evento é organizado pela Associação dos Suíços do Estrangeiro (ASO, na sigla em alemão) com o objetivo de debater problemas e questões atuais dessa comunidade.

Na sexta-feira ocorreu a reunião do Conselho dos Suíços do Estrangeiro, do qual fazem parte 140 pessoas. No sábado, ocorre o evento principal: o congresso, cujo tema em 2009 é “Suíços do estrangeiro, um enriquecimento para a Suíça?”

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