Clubes no Rio de Janeiro comemoram 200 anos da imigração
Com uma programação recheada de atividades socioculturais, o bicentenário da imigração suíça ao Brasil, comemorado este ano, será também uma grande oportunidade de estreitamento dos laços entre os descendentes daquelas famílias que aportaram em terras brasileiras no ano de 1819 e a Suíça natal de seus antepassados.
O epicentro das celebrações será Nova Friburgo (RJ), cidade fundada pelos imigrantes suíços na Região Serrana do Rio de Janeiro.
A programação pelos 200 anos da imigração inclui uma viagem à Suíça no fim de junho, onde os suíço-brasileiros poderão conhecer os locais de origem de suas famílias. Já em novembro, será a vez de suíços refazerem a viagem de seus antepassados e participarem de um grande encontro no Brasil que reunirá 438 famílias.
Pontos de referência na relação entre a Suíça e seus descendentes no Brasil, a Associação Nova Friburgo-FribourgLink externo (ANFF) e o centro cultural e gastronômico Casa SuíçaLink externo, também localizado na cidade, são os responsáveis pela organização das atividades. Esta última é um centro cultural que engloba fábrica de laticínios, chocolateria, teatro e espaço externo para eventos, além de loja e restaurante.
A principal atração da Casa Suíça é o Memorial, espaço que retrata a história da fundação da cidade e o modo de vida dos suíços à época da imigração. Em 2018 recebeu a visita de 8.171 pessoas. O sucesso da Casa Suíça pode ser medido também pelo Festival do Chocolate, realizado anualmente, que em sua mais recente edição recebeu 15 mil pessoas durante três dias de festa.
Intercâmbio
Com partida programada para 29 de junho, cerca de 70 descendentes de suíços de Nova Friburgo (a lista ainda não está fechada) viajarão até o cantão suíço de Fribourg para conhecer as localidades de origem de suas famílias: “A maioria das pessoas ficará hospedada em casas de famílias suíças. Esta é a melhor maneira de promover uma verdadeira interação”, conta Geraldo Thurler, presidente da colônia suíça em Nova Friburgo.
A programação na Suíça inclui eventos nas comunas de Bellegarde e de Estavayer-le-Lac, origens de diversas famílias que migraram ao Brasil, entre outras atividades. Além de 33 membros ligados a ANFF, a comitiva suíço-brasileira contará com 34 pessoas do Colégio Nossa Senhora das Mercês, que farão apresentação com seu grupo de artes no Colégio St. Michel. O roteiro foi elaborado pelo suíço naturalizado brasileiro Marcel Schuwey, com apoio da Associação Fribourg-Nova Friburgo, coirmã da ANFF na Suíça, e da Associação Le Tireur Fribourgeois-Santa Maria Madalena, responsável por várias ações sociais naquela cidade.
Um olhar suíço sobre as eleições federais em seis países!
Antes das eleições federais na Suíça, previstas para ocorrer em 20 de outubro de 2019, swissinfo.ch encontra suíços do estrangeiro em seis diferentes países.
O objetivo é saber o que pensam os membros da chamada “Quinta Suíça”, que corresponde a 11% da população do país ou 760.200 pessoasLink externo.
Os jornalistas da swissinfo.ch visitam associações e clubes suíços na Alemanha, França, Itália, Brasil, Argentina e Estados Unidos e escrevem reportagens e perfis de seus membros, além de organizar uma mesa-redonda para discutir temas de política e sociedade. Participe da viagem ao buscar os hashtags #SWIontour e #WeAreSwissAbroad em redes sociais como Instagram, Facebook e Twitter.
“Além disso, quatro casais estão fazendo o cruzeiro que refaz o trajeto do imigrante de Basel a Amsterdã. Dois casais, incluindo eu e minha esposa, viajarão no dia 22 de junho. Nosso objetivo é visitar algumas comunas e conhecer um pouco mais tanto as tradições quanto os hábitos atuais nessas comunas. Queremos enriquecer nossos conhecimentos sobre gastronomia e dança, entre outras coisas”, diz Thuler.
Em contrapartida, no início de novembro um grupo de famílias suíças irá refazer o trajeto da viagem de seus ancestrais que migraram ao Brasil: “As famílias sairão de Fribourg e irão até Amsterdam. De lá, partem para o Brasil e o trajeto continua a partir da Baía de Guanabara, passando por Cachoeiras de Macacu e São Lourenço, até terminar na Via Expressa. Queremos fazer um grande evento de integração entre as famílias no dia 16 de novembro, data da chegada do primeiro grupo de imigrantes suíços ao Brasil”, diz o presidente da colônia suíça em Nova Friburgo.
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Cada vez mais suíços emigrando para outros países
Cadastro
Em uma iniciativa considerada tão importante quanto a promoção do convívio entre os imigrantes suíços e suas famílias e cidades de origem, a ANFF está organizando um cadastro oficial dos suíço-brasileirosLink externo. O objetivo é ter um retrato do resultado da imigração suíça no Brasil após 200 anos, mas ainda resta muito a fazer: “Temos cadastradas somente 448 pessoas, mas nosso projeto é atingir 100 mil pessoas em todo o Brasil”, diz Thurler.
Para dinamizar a constituição do cadastro, algumas ações serão implementadas: “A próxima é distribuir nas escolas um folder para estimular as crianças a cadastrar suas famílias. Dois vídeos para veicular esse convite também já estão em produção”.
Uma tarefa para o futuro próximo será estabelecer quantos dentre os descendentes de imigrantes têm passaporte suíço e saber se parte deles costuma participar de votações de referendos e outros momentos cívicos ligados à Suíça: “O descendente de imigrante não tem direto a passaporte suíço. Foi a chamada viagem sem volta. Tiveram de renunciar à cidadania suíça para se inscrever como emigrante. Não temos conhecimento do número de pessoas que tem cidadania”, admite Thurler.
Primeiro Consulado
Em 2019 também se celebra o bicentenário de outro importante símbolo dos laços com o Brasil: a inauguração, no Rio de Janeiro, do primeiro consulado da Suíça fora da Europa. As atividades diplomáticas programadas para marcar a data terão início no Dia Nacional da Suíça e se estenderão até o mês de novembro, quando os Correios do Brasil, em parceria com a Embaixada da Suíça, lançarão um selo comemorativo da amizade entre os dois países. O selo traz a imagem do pico da montanha mais famosa da Suíça, o Matterhorn.
Programação 200 anos da Imigração Suíça
29 de junho – O Trajeto dos Imigrantes Fase A – Embarque para viagem à Suíça – “A Busca do Fogo Simbólico”.
30 de junho a 5 de julho – roteiro por comunas de origem das famílias na Suíça.
4 de julho – Eventos em Estavayer-le-Lac e Nova Friburgo para marcar o bicentenário da partida dos imigrantes.
5 a 14 de julho – Início do retorno dos grupos ao Brasil. Roteiros: cruzeiro Basel/Amsterdã e outros roteiros individuais.
15 de julho – Comitiva da ANFF chega a Nova Friburgo com o “Fogo/Bandeira Simbólico”.
1º de agosto / Dia Nacional da Suíça – Evento no Teatro Municipal / Cortejo de Lanternas e festa folclórica na escola Vevey le Jolie / degustação vinho quente, queijo e chocolate / Hasteamento das bandeiras de Brasil e Suíça na Praça das Colônias.
2 a 4 de agosto – Festival Do Chocolate – Casa Suíça
11 de agosto – Recital de Música e Canto com os Jovens Talentos Friburguenses no Teatro Municipal
18 de agosto – Competição Route Mountain Bike Fribourg, com partida e chegada na Casa Suíça / Show Cinco Tons de Brasil do Núcleo de Arte do Colégio Nossa Senhora das Mercês apresentado na Suíça.
11 de setembro a 16 de novembro – Exposição itinerante da maquete do navio Urânea visita as cidades para onde os suíços migraram.
14 a 16 de novembro – O Trajeto dos Imigrantes Fase B – Diferentes grupos de suíços farão no Brasil os trechos de diferentes características percorridos por seus antepassados com diversas formas de deslocamento (motocicleta, jipe, bicicleta, cavalo, caminhada).
14 de novembro – Saída da Baía de Guanabara
16 de novembro – Comemoração do dia da chegada do primeiro grupo de colonos suíços na Fazenda do Morro Queimado (Colônia Suíça) com show, circo, banda, brinquedos, atividade esportiva, exposição e teatro.
16 de novembro – Grande Encontro das 438 Famílias e inauguração de placas com os nomes das famílias cadastradas / Chegada da maquete do navio Urânea/ Exposição / Chegada comitiva / Desfile.
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