Metade dos suíços terão diploma de curso superior até 2037
O nível educacional da população suíça aumentará consecutivamente nos próximos vinte anos. É o que afirma um relatório do governo federal publicado recentemente. A justificativa: os empregadores demandam por mão-de-obra altamente qualificada.
Até 2037, aproximadamente a metade dos habitantes com idades entre 25 e 65 anos no país terá um diploma de nível superiorLink externo ou profissional avançado. Segundo o relatório publicado na quarta-feira (30.01), que tratou do desenvolvimento demográfico e educacional da SuíçaLink externo, 43% da população já tinha o mesmo nível educacional em 2017. A expectativa é também que o número de qualificações obtidas em outros níveis educacionais permaneça estável.
Mais estudantes
Globalmente, a evolução demográfica – impulsionada por uma taxa de natalidade mais elevada entre 2003 e 2016 – resultará em mais pessoas se educando, incluindo nas escolas (até 2030) e através de estágios profissionais (a partir de 2020).
O número de estudantes nas universidades e instituições de ensino superior suíças “crescerá significativamente (+21% entre 2017 e 2037) após décadas de crescimento moderado”, acrescentou o relatório.
As universidades suíças já apresentaram números mais altos de estudantes. A Universidade de Berna, por exemplo, expandiu recentemente seu campus para abrigar mais alunos.
Qualificação excessiva?
A expansão do número de estudantes levantou a questão se o tradicional sistema dual de ensino da Suíça, onde se combina estudo com estágio em empresas – estaria sob risco, caso mais pessoas optem pelo ensino superior. No entanto, o relatório afirma que o sistema educativo suíço corresponde às exigências do mercado de trabalho. Isso significa que os habitantes do país estarão trabalhando basicamente nas profissões para as quais foram qualificados”.
“A Suíça não corre o risco de ter uma população excessivamente qualificada. O esperado aumento do número de pessoas com educação superior está de acordo com a maior necessidade de mão-de-obra altamente qualificada”, ressalta o estudo.
Médicos alemães
Sobre os diferentes setores do sistema educacional, o relatório explica que um número maior de jovens estará se formando nas áreas de tecnologia da informação e saúde. A expectativa é que menos pessoas recebam treinamento em profissões das áreas de eletricidade, engenharia, manufatura e mineração. O relatório observou, no entanto, que todos os setores tinham empregos específicos com uma demanda maior e menor.
Certas profissões ainda precisam importar mão-de-obra estrangeira devido à escassez de capacitações, especialmente nos setores de saúde, informática e tecnologia de processos. Não é incomum ser tratado por um médico alemão em um hospital suíço. O grande número de médicos alemães no exterior levou o ministro alemão da Saúde a convidá-lo para retornar ao seu país.
A evolução da situação da oferta e da demanda no futuro “depende da evolução da migração e do sucesso do país em continuar a trazer pessoas altamente qualificadas para a Suíça nos setores de maior carência”, afirma o relatório. Mas a migração não é o único fator difícil de prever: os efeitos da digitalização também não são claros neste momento, concluiu.
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Adaptação: Alexander Thoele
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