Twitter para Deus, Buda, Alá …
Igrejas e comunidades religiosas descobrem a internet como um meio de comunicação indispensável. Elas escrevem blogs e criam suas próprias páginas em redes sociais como Facebook e Twitter.
Assistência espiritual, oração on-line, aconselhamento religioso ou diálogo com a Igreja: também na Suíça a Igreja Católica e as igrejas reformadas descobrem a internet.
Em seus sites, os fiéis podem se informar de várias maneiras ou entrar em contato com sua igreja ou com outros crentes, discutir, escrever comentários.
A última novidade é a campanha publicitária “Mais Good News”, que a Igreja Católica lança após a Páscoa, apesar das críticas aos abusos sexuais por sacerdotes.
Dalai Lama no Twitter
No exterior, igrejas e líderes religiosos vão mais longe e difundem sua mensagem por novas vias. No final de fevereiro, o Dalai Lama, como líder espiritual do budismo tibetano, abriu uma conta no Twitter – e já “gorjeia” com 157 mil fãs.
O papa Bento 16 quer que os padres propaguem o Evangelho também através da nova geração de meios audiovisuais (fotos, vídeos, animações, blogs, sites), conforme mensagem publicada no final de janeiro deste ano.
Também os líderes islâmicos e budistas atingem um grande número de fiéis através da internet. Particularmente na Ásia, as comunidades religiosas são muito ativas na web.
Católicos virtuais nas Filipinas
“Sempre estivemos presentes nos jornais, nas rádios e na televisão. Em algum momento, notamos um êxodo em direção à internet”, diz o pregador Bo Sanchez. Sua comunidade virtual foi criada há cinco anos nas Filipinas, onde 81% dos mais de 92 milhões de habitantes são católicos.
O “padre móvel” envia mensagens semanais via SMS. Quem subscreve a sua newsletter, recebe diariamente frases bíblicas e arquivos de áudio MP3 de seus sermões.
Cursos de Islã para mulheres
A autora e professora de Islã Sadaf Farooqi, que vive no Paquistão, não podia imaginar, há alguns anos, quão grande é a comunidade muçulmana on-line de língua inglesa. Hoje ela publica muitos de seus artigos na internet.
Farooqi, que oferece cursos especiais sobre o Islã para mulheres, conta que, desta forma, estabeleceu contacto com muitos estudiosos da religião ao redor do mundo. Além do Facebook e Twitter, ela utiliza também serviços como Windows Live Spaces, LinkedIn e WordPress.
Monge budista on-line
O monge budista Bhikkhu Cittasamvaro fundou há quatro anos, na Tailândia, o site “Little Bangkok Sangha”, para divulgar suas discussões sobre as verdades de Buda (Dhamma).
Ele diz que não tinha esperado uma ressonância tão forte. Além de um núcleo de cerca de 200 leitores regulares, mais de 600 visitam seu site.
Cittasamvaro, um monge originário da Inglaterra, que também é conhecido como “Pandit Bhikku e está há mais de dez anos no cargo, não pretende escrever um blog, mas fornecer regularmente informações a outros crentes.
Pelo menos cerca de 3 mil pessoas estão na lista de emails de Bhikku. “Acho ótimo que um monge budista acompanhe assim a evolução do tempo”, diz o quinesiólogo tailandês Kamonwan Khamching.
Público alvo jovem
Segundo Sanchez e Farooqi, suas atividades on-line têm um apelo maior junto aos jovens que crescem com as novas tecnologias. Os jovens lidam muito naturalmente com a internet, diz Sanchez, que mantém os sites “The Family Kerygma”, “Preacher in Blue Jeans” e “BoSanchez.ph”, e participa de redes sociais.
Centenas de milhares de pessoas podem ser alcançadas sem custos significativos, diz o pregador católico.
Segundo Farooqi, especialmente os muçulmanos em países ocidentais são usuários ativos de internet. “Muitos imigrantes de segunda geração só leem em inglês e aprendem o Islã primeiramente on-line“, disse ela.
Para os líderes muçulmanos, não é tabu abrir contas no Facebook e no Twitter, diz a jornalista paquistanesa Farah Zahidi Moazzam, que também difunde os ensinamentos islâmicos.
Ela suspeita que a linha-dura islâmica tenha outra opinião a esse respeito, por estar pouco informada e por vincular a internet principalmente à pornografia.
Internet também consome tempo
Pandit Bhikku, no entanto, observa também que a internet consome muito tempo. Em sua opinião, o ideal seria se ele passasse apenas algumas horas por semana on-line e pudesse delegar alguns trabalhos a terceiros.
Sanchez, por sua vez, se irrita com o fato de a internet se tornar cada vez mais incontrolável. “As pessoas são bombardeados com e-mails e surgem cada vez mais sites “, observa. Como precisa de distanciamento, ele atualiza seu site apenas uma ou duas vezes por semana.
Lynette Lee Corporal, swissinfo.ch e InfoSud
Na Suíça, 42% dos habitantes se dizem católicos, 35% protestantes e 2,2% são adeptos de outras religiões cristãs.
A comunidade islâmica tem 311 mil membros – 12% dos muçulmanos têm passaporte suíço. Eles vêm principalmente dos Bálcãs e da Turquia.
A comunidade judaica conta com 18 mil membros – 80% deles são suíços.
Além disso, vivem na Suíça 28 mil hindus e 21 mil budistas.
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