Voluntária suíça conta experiência em ONG brasileira
Para muitas pessoas, a aposentadoria é o momento de "largar as chuteiras", relaxar e preguiçar. Mas para Christina Niederhäuser foi o momento de acrescentar à vida uma nova experiência.
A suíça residente em Berna passou três meses atuando como voluntária da Associação Brasileira de Amparo à Infância (Abai) em um vilarejo do sul do Brasil.
Christina Niederhäuser chegou ao aeroporto em fevereiro de 2012 cheia de expectativas. No aeroporto ela foi recebida por uma simpática pessoa, que segurava um cartaz com o seu nome. A caminho do seu destino, ela se espantou com a natureza exuberante, tão diferente de Berna, onde reside.
Recém-aposentada na SRG SSR (Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão), ela havia lido uma reportagem escrita por um jornalista da swissinfo.ch (clicar no link ao lado) sobre o projeto iniciado pela também suíça Marianne Spiller em 1981, com objetivo de apoiar crianças de famílias de baixa renda ou com problemas sociais nessa região localizada a aproximadamente uma hora de Curitiba, capital do estado do Paraná.
Incentivada por um interesse pessoal em relação ao Brasil – sua filha é casada com um brasileiro – ela decidiu contatar os responsáveis da Abai para ver se eles aceitariam voluntários. A resposta foi positiva, inclusive por parte da própria família. “Todos me apoiaram nos meus planos”, conta Christina.
Durante três meses ela atuou nas mais diferentes atividades da associação, seja na cozinha, nos cursos de costura, ateliês ou até nas visitas semanais às famílias carentes.
Uma das mais fortes impressões que teve foi exatamente dada pelas crianças com quem conviveu. “Eu fiquei impressionada com a solidariedade delas, apesar de viverem em uma situação tão difícil.”
Escute a entrevista realizada pela swissinfo.ch com Christina Niederhäuser. Clique na imagem acima na coluna da direita.
Marianne Spiller, nascida em 1940, estudou Psicologia em Zurique e, em seguida, fez um estágio em Paris num projeto social do Abbé Pierre, figura emblemática do combate à exclusão, morto em 2007.
Influenciada por Pierre e por teólogos da libertação, como dom Hélder Câmara, passou a se engajar pelos pobres.
Em 1972, emigrou para o Brasil e, junto com amigos, fundou a associação “Amigos do Centro Infantil de Mandirituba”, para arrecadar recursos para o projeto social que, em 1981, se transformou em Abai (Associação Brasileira de Amparo à Infância).
No ano passado, ela passou a direção geral da entidade a Heidi Wyss-Grimm.
A Abai atende a 100 crianças de 6 a 16 anos oriundas de famílias carentes da região. Tem 40 funcionários e serve refeições para 200 pessoas por dia a partir da própria produção de orgânicos.
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