Laura Gibilras: “Os jovens não têm nenhum futuro na Itália”
Embora nascida na Itália, Laura Gibilras sempre teve vínculos estreitos com a Suíça, a pátria de sua mãe. A jovem de 19 vive há dois anos cantão de Zurique, onde vê o seu futuro. Mesmo que as pessoas na Itália sejam “muito mais abertas e acolhedoras”, diz.
swissinfo.ch: Você nasceu como suíça do estrangeiro na Itália. Quem da sua família é originário da Suíça?
Laura Gibilras: Eu era suíça do estrangeiro, pois minha mãe nasceu e cresceu na Suíça. Ela conheceu meu pai durante uma viagem à Itália e os dois se apaixonaram. Eu sei que essa é uma história bastante romântica.
swissinfo.ch: Que laços você tem com a Suíça?
L.G.: Eu sempre tive uma relação particular com a Suíça. Quando vivia ainda na Itália, eu passava duas vezes por ano minhas férias na casa dos meus avós na Suíça.
A partir dos 12 anos comecei a participar da colônia de férias da Fundação para as Crianças Suíças do Estrangeiro (FESELink externo e OSELink externo, nas siglas em francês). Elas reforçaram ainda mais meus laços com a Suíça, a ponto de ficar muito feliz com a chegada do verão e do inverno para poder participar dessas atividades.
swissinfo.ch: Quando você percebeu que tinha um “lado” suíço?
L.G.: Eu nunca percebi que tinha esse «lado» suíço. Posso dizer que eu sempre vivi sem ter tido consciência disso.
swissinfo.ch: Hoje você vive no cantão de Zurique. Onde você vê seu futuro profissional?
L.G.: Eu me mudei para a Suíça há dois anos e conclui o ensino fundamental aqui. Atualmente faço uma pausa de um ano para me distanciar um pouco do universo escolar e para poder trabalhar. Com o dinheiro irei pagar a taxa de inscrição na Escola Técnica de Rapperswil, onde eu gostaria de estudar paisagismo.
swissinfo.ch: Você já sabe que profissão gostaria de exercer?
L.G.: Eu não sei ainda o que gostaria de fazer. Atualmente gosto de qualquer forma de contato com a natureza, em particular com as plantas. Em todo caso, gostaria de trabalhar no futuro na área social.
swissinfo.ch: Onde você vive exatamente e como é a vida por lá? E a cozinha?
L.G.: Eu vivo há dois anos em Erlenbach, no cantão de Zurique. Eu vivo com a minha mãe e meu irmão. Como a minha mãe passou vinte anos na Itália, nossa cozinha tem um forte “sotaque” italiano, com influências suíças evidentemente.
swissinfo.ch: O que você considera mais atrativo na Itália do que na Suíça?
L.G.: Eu sempre admirei a Suíça pela sua atmosfera e suas paisagens maravilhosas. Mas ao longo dos dois anos que eu já estou aqui, constato que as pessoas na Itália são muito mais abertas e acolhedoras.
swissinfo.ch: Quando você ainda vivia na Itália, o que pensava sobre a Suíça?
L.G.: Era vendo a Suíça de longe que eu comecei realmente a gostar dela, da sua perfeição e o fato que o país oferece um futuro aos seus jovens, com possibilidades de estudar e encontrar trabalho. Não é como na Itália, onde os jovens se veem obrigados a emigrar assim que terminam os estudos.
Eu gostaria de acrescentar que a minha admiração pela Suíça vem das colônias de férias dos quais participeis. E meus avós também me ensinaram muitas coisas sobre o seu país.
swissinfo.ch: Qual é a situação política na Itália? Você se interessa pela política suíça?
L.G.: A situação dos jovens na Itália não está muito boa. Não creio que eles tenham hoje um futuro no país. Eu sempre disse que iria partir para a Suíça quando terminasse a escola básica.
Eu me interesso bastante pela política na Suíça, mesmo se não compreendo tudo ainda. Mas tenho me informar antes de votar.
swissinfo.ch: Como você participa dos plebiscitos e eleições na Suíça? Você vota por correspondência ou pela via eletrônica?
L.G.: Eu voto tanto na Suíça como na Itália por correspondência.
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Adaptação: Alexander Thoele
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