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Um músico baiano que acabava de chegar na Suíça

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José Barrense Dias é um dos músicos brasileiros mais conhecidos na Suíça. Aos 85 anos, o baiano de Campo Alegre de Lourdes vive há cinco décadas no país e tem hoje muitas histórias para contar. Em 1976, a Rádio Suíça Internacional dedicou um programa especial a ele por ocasião do lançamento de um disco. O texto de apresentação começava assim...

“…A reportagem está ligada ao lançamento de Héh Bahia, o sétimo LP de José Barrense DiasLink externo na Europa, com letra de José Coutinhas, entusiasmado com o talento do jovem baiano e admirador do Brasil. O repórter reúne o músico e o letrista para comentar o trabalho. O programa abre com Barrense Dias apontando o samba como expressão do povo brasileiro: “Sambar é chorar de alegria, é sorrir de nostalgia, com harmonia e ritmo”.

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Barrense lembra de ser baiano de Campo Alegre de Lourdes, ensinar violão no conservatório de Genebra e tocar vários instrumentos como o berimbau e a cuíca. Residente há sete anos na Suíça, ele realiza “intensa atividade musical”, dando recitais inclusive em universidades e escolas. Após espaço para notícias, Barrense Dias executa os primeiros compassos de uma composição própria, diz que a MPB em geral “faz sempre muito sucesso na Europa”. Lembra que o LP Héh Bahia nasceu da colaboração de dois músicos que tocaram com Baden Powell em show realizado em Genebra: Jorge Arena e Coati de Oliveira.

Foi assim possível utilização e exploração de muitos instrumentos simples de percussão, dando a impressão de que no LP participasse uma verdadeira orquestra. Daí a aceitação pelo rádio e a divulgação em vários países, afirma. Por seu lado, José Coutinhas entrou com as letras de “O Sapo Sapão”, uma história baiana, “Incerteza” e “Meu Valor é Você”. Barrense Dias lembra de ter tido colaboração de Coutinhas para “umas quinze músicas”, das quais três entraram nesse 7°. LP, mas realça ser difícil encontrar letristas na Suíça.

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O artista que salvou uma noite complicada em Montreux

Este conteúdo foi publicado em O músico baiano já morava e trabalhava na Suíça desde 1968. Como Montreux praticamente nunca programava artistas brasileiros residentes na Europa, José Barrense-Dias estava na sala do Casino para ver dois de seus ídolos, João Gilberto e Tom Jobim. Mas o fundador e diretor do Montreux Jazz FestivalLink externo, Claude Nobs, ignorava que os dois…

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Por sua vez, José Coutinhas conta que no samba “Incerteza” questiona-se sobre o amanhã, insiste-se na necessidade de “armazenar sonhos, alegrias, felicidades” para ter de que recordar-se no fim da vida. Segue-se interpretação de “Incerteza”. Coutinhas fala ainda de “Meu Valor é Você”, que é uma homenagem simples à mulher. Uma vez tocada parte da música, Coutinhas diz ser importante certa cumplicidade entre o letrista e o músico que compõe, mas estima que a letra nasce primeiro.

Por fim, Barrense Dias estima que a distância do país até ajuda fazer algo pela música do mesmo. Depois de sua última visita ao Brasil em 1973, acha que “a música popular brasileira estacionou”, sendo, desde os anos 60, influenciada pelo exterior, pelo pop, etc. Sua música, afirma, vem das tradições da Bahia e do verdadeiro folclore que o acompanha onde ele estiver.

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