Como era a indústria suíça no Brasil entre os anos 1950 e 1960
Em 1969, o chefe da redação de língua portuguesa da Rádio Suíça Internacional, Sérgio Fernandes, apresentou uma reportagem de 23 minutos sobre a história da colonização suíça no Brasil e o posterior desenvolvimento da indústria helvética no país.
A presença suíça no Brasil começou em 1555, quando um pequeno grupo de protestantes genebrinos pretendia instaurar uma ‘Nova Genebra’ na região que hoje se chama Rio de Janeiro, lembrou na época o embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Bucher, que apontou ‘várias vagas’ posteriores de emigração suíça para o Brasil. O embaixador declarou que eram suíças as primeiras pessoas interessadas em cacau, na Bahia, mas que havia também suíços envolvidos com o setor do café.
E em Minas, a primeira mina de ferro foi criada por suíços, disse ele. No século XIX, a emigração era controlada, foi quando se fundaram as cidades de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, de Joinville, e uma ‘Nova Zurique’, no Paraná e, ainda, Nova Helvécia, no Estado de São Paulo.
O pesquisador Martin Nicoulin, por seu lado, lembrou que os suíços saíram de Friburgo em 4 de julho de 1819, chegando ao Brasil no fim daquele ano. Eles fugiam de um país onde, ‘para exagerar, a Suíça inteira morria de fome e de miséria’. Outro motivo, menos evidente, é político, pois havia pessoas que ‘na época da revolução francesa na Suíça’ ocupavam postos políticos interessantes…
Em Fribourg, a intelligentsia vê essa emigração como um fracasso. Mas houve suíços que se saíram bem depois de emigrarem de Nova Friburgo em direção de Cantagalo e de Cordeiro, plantando café, p. ex. O outros que ficaram em Nova Friburgo, estagnaram, disse Nicoulin. Quanto à sua impressão sobre o Brasil, ele diz ter ficado ‘espantado com a psicologia do brasileiro’, apreciando em particular a acolhida e o calor humano e Nova Friburgo.
Por outro lado, saltando mais de um século, os suíços já estavam bem implantados no setor relojoeiro. Em São Paulo, p.ex., a primeira escola de relojoaria, junto ao SENAI, era dirigida no final dos anos 1960 por suíços que fundaram na mesma cidade o Centro Relojoeiro Suíço. O Centro, disse Christian Vogt, na época diretor do centro, lembrou que se tratava de uma obra da Federação Relojoeira Suíça. O objetivo do centro era facilitar a vida dos importadores, vendedores e compradores de relógios suíços na América Latina, graças a uma ‘assistência técnica eficiente’.
A Federação criou e mantém em São Paulo esse Centro Relojoeiro, participando, em colaboração com Ebauches SA e com o SENAI, na organização de uma escola técnica de formação profissional. O centro relojoeiro garantia informação para a indústria relojoeira suíça, dava cursos de capacitação a jovens interessados em relojoaria, organiza cursos de aperfeiçoamento e outros.
A reportagem conta também a história das empresas químicas suíças como Ciba, Geigy, Sandoz ou Hoffmann La Roche, mas também alimentícias como a Nestlé ou a companhia do setor metalúrgico Brown-Bovéri.
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Presença da indústria suíça no Brasil acentua-se nos anos 50 e 60
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